Desde os primeiros momentos de vida, nossas experiencias são baseadas em, principalmente, dois elementos, a saber: tentativa e cópia.
No caso da tentativa, inicia-se um processo de comunicação entre o individuo e o meio em função de encontrar uma resolução para uma problemática que o meio lhe propõe, sendo essa situação muito instigante e prazeirosa, pois o individuo coloca sua criatividade em operação para encontrar uma solução a situação, essas surgem espontaneamente num processo hoje chamado de ‘brainstorm’. O que realmente é interessante nesse processo e a disposição da mente em buscar respostas eficientes e a realização de hipoteses sem medos ou restrições.
O método da tentativa ocorre em todo ser vivo, considerando que o principal desafio imposto pelo meio é a própria sobrevivencia do individuo.
Com o passar do tempo, o individuo assimila as maneiras bem ou mal sucedidas. Isto lhe servirá de parametros nas proximas tentativas. Em tese, isso tornaria a resolução de problemas mais simples, mas se observarmos por outro ponto de vista, o individuo também se tornará mais receoso quanto as suas tentativas. Está pode ser a moderação, atingida apenas pelos mais experientes e mais vividos individuos.
Como comprovação destes fatos, pode-se sitar as diversas experiencias realizadas nas universidades com animais, principalmente primatas e roedores. Maximizando o exemplo, sitamos os estudos cientificos realizados com humanos. Mas para que não reste duvida, proponho a seguinte situação :
Um caminhão com altura de 4,50m ficou enroscado até a metada num viaduto de 4,50m. Isso aconteceu numa via de grante trafego. Cada minuto parado, implica num congestionamento de 26 carros.
Como tirar o caminhão rapidamente para evitar dezenas de quilometros de congestionamento ? (As soluções devem principalmente resolver o problema e serem possiveis de se realizar.)
Quando observamos, porem, o caso da cópia, os processos de comunicação são induzidos. O indivíduo não precisa criar uma solução, antes o individuo recebe um esteriótipo ou arquétipo pronto, bastanto copiar suas atitudes, posturas e formas de raciocínio.
Uma vez que o arquetipo é aceito na mente do individuo, instaura-se um novo paradigma (modelo padrão) a ser seguido. A forma de o individuo ver o mundo que o cerca é submetida ao novo paradigma vigente e seus processos de comunicação se tornam, em grande parte, induzidos.
Entretanto, arquetipos, não necessariamente, são assimilados em sua integralidade. É bastante comum que haja cópia de um ou outro item, que se agrega ao conjunto do individuo e passa a fazer parte da configuração da psicologia do individuo em questão.
Mas como isso é possivel ? Através da identificação.
A identificação é o estímulo mor para a instauração de um arquetipo que irá, na maioria dos casos, submeter a si todo o processo mental do individuo, agindo como formador de opinião, de carater, de reações. O individuo projeta no arquetipo que adota todos os seus desejos e personifica sua existencia vestindo as características do arquetipo, uma vez que através da identificação ele mesmo se reconhece no arquetipo, mas não realmente, porém de maneira idealizada.
Podemos exemplificar isto sitando dois arquetipos muito comuns: o garanhão e a patricinha, que são respectivamente arquetipos de virilidade e futilidade.
As pessoas que se identificam com arquetipos aceitam com poucas reservas suas opiniões e suas atitudes, o que resulta em uma cultura e um modo de vida esteriotipado, que segue o exemplo, copiando fielmente as características do arquetipo.
Agora que entendemos o poder do arquetipo, vejamos a aplicação deste no Teatro como forma de comunicação.
É notório que durante muitos e muitos anos, o Teatro, bem como outras formas de arte foram usadas para transmitir idéias, mensagens aos povos. Mensagens estas que, em muitos casos, só eram transmitidas por meio das artes. Vejamos um exemplo, na Idade Média, começaram a pintar os tetos das igrejas com belas cenas biblicas e sacras na interpretação de artistas muito talentosos, com a finalidade de resgatar as pessoas que deixavam de frequentar as missas por terem perdido o interesse ou estarem sempre dispersos uma vez que a missa e toda liturgia era feita em latim, numa época que só poucos que podiam pagar conheciam latim e a grande parte do povo estava em miséria e opressão. O trabalho dos artistas trouxe os fieis de volta as igrejas, culminando que o clero acabou por dominar a Europa por deter o maior poder ecomonico da epoca.
Já nos tempos mais atuais, podemos facilmente experimentar quanto a midia, a televisão, a musica, o cinema tem cativado e influenciado grandes massas. Temos milhares de exemplos disso.
Se, porem, falarmos de Teatro contemporâneo influenciando, veremos que este é um dos mais poderosos canais de comunicação e um dos menos utilizados, em comparação com a abrangencia dos demais.
Quando uma pessoa assiste a tv, ouve musica ou vai ao cinema, sua atenção pode ser dispersa por vários motivos ou circunstancias. Além disso, a comunicação se dá por meio de um equipamento mecânico / eletronico, impessoal. No teatro é diferente. O publico de teatro já sai de sua casa preparado para assistir um espetáculo, portanto está aberto e receptivo as mensagens que o teatro lhe trará. É incomum que a platéia se distraia, pois as atenções de todos estão focadas no espetáculo, no palco. Além disso, o teatro é uma forma de comunicação pessoal, que abranje os 5 sentidos humanos e permite uma troca de energia entre o elenco e a platéia.
Os estimulos perceptivos são maximizados pois não depende-se apenas da imaginação da platéia, uma vez que ela é testemunha de fatos que estão ocorrendo naquele exato momento. Não imagina-se, testemunha-se. A atmosfera criada num espetáculo ao vivo não pode ser reproduzida em qualquer outra mídia, as impressões são pessoais e atingem cada pessoa de uma maneira peculiar.
Quanto a formação do arquetipo, no teatro todos os personagens precisam ser grandes, isso potencializa a identificação da platéia com o personagem.
A beleza e a proximidade que o Teatro tem para com seu publico quebra as resistencias de qualquer expectador, ainda que este não goste do espetáculo, o assistirá integralmente e abertamente.
A identificação com o personagem leva a platéia a advogar sua causa, defendendo ou acusando com intensidade, se envolvendo com a estória, com a lógica dos fatos e pleiteando as causas em jogo. Geralmente os comentários sobre teatro são mais profundos e mais profundos que de outras midias.
Mesmo com essas características grandiosas, o Teatro é bastante minimalista uma vez que basta-lhe o elenco, a peça e o publico para formar o processo de comunicação (emissor à mensagem à receptor). O que existe alem disso é adereço, não essencial.
Em suma, pode-se dizer que o Teatro é uma arma de comunicação fabulosa, que precisa ser bem compreendida por aqueles que o fazem para que seja aceita e aplicada por aqueles que se servem dele.