Poderia ser um fenómeno natural, quem sabe? Haviam nuvens baixas naquele dia em Elvira, Katita e Luci estiveram na planície. Foram buscar alguma coisa muito importante, para justificar suas existências.
Cansadas de vidas tristes nas lidas comuns resolveram levantar muito cedo, o que as levou a caminhar através do bosque dos sonhos, onde dizem alguns, estão fadas dispostas a ajudar os viventes a alterarem suas existências.
Katita encontrou primeiro o lago. Um lago lindo e gélido, mas que ofereceu um reflexo pálido, o suficiente para compreender que a vida estava sem cor, precisando de ação para reviver. Pensou. Olhou para o lado e viu a pequena flor. Sorriu.
Elvira saiu da casa tão distraída que estava nua quando chegou ao lago. Molhou os pés, experimentando a água gelada e mergulhou. Deixou nas águas o pó que incomodava sua existência.
Luci achou na neblina uma árvore frondosa. Abraçou o tronco e balbuciou palavras. Sentiu segurança. Abriu os olhos e viu um lago, de onde surgiu uma mulher de cabelos compridos, bela e sorridente. Apenas trocaram um olhar de curiosidade e saíram de mãos dadas pela margem.
Encontraram Katita, que, surpresa, permitiu que um gritinho fugisse de sua garganta.
Sorriram então. Sem falar, Elvira e Luci a trouxeram para o lado onde havia a árvore.
As três abraçaram o tronco, murmurando algum tipo de agradecimento.
Silenciosamente mergulharam no lago, buscando o frescor das águas e de suas vidas.
Por falta de questionamento deduziram que eram fadas. Nada pediram umas à s outras, mas dividiram momentos alegres durante horas, até que perceberam a chegada do sol, tímido, por entre as gotículas de água pairadas no ar. Por entre as árvores a passarada gorjeou, leve e solta.
Para evitar que o encanto se desfizesse, trocaram beijos e rumaram para suas casas, renovadas para a existência.