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Artigos-->A farsa-tarefa de Dilma, por Celso Arnaldo -- 19/01/2012 - 13:12 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A farsa-tarefa de Dilma, por Celso Arnaldo



Celso Arnaldo Araújo



São seis os cavaleiros do pós-apocalipse que aparecem na foto que deveria figurar em qualquer dicionário universal junto à palavra Cinismo. Cinco envergam ternos circunspectos, um ostenta farda verde oliva; quatro estão de cabeça baixa, fingindo assumir a vergonha que não têm; um tem o olhar perdido no infinito a dois metros de distância, mas no fundo exulta: meia hora antes, salvara o empregão; o último, o de bigode em forma de símbolo do Batman, aparentemente balbucia alguma promessa morta no berço por sua incompetência científica e tecnológica. Sem ter como inovar &
9472; terceira missão de sua pasta – repete o anúncio feito por algum outro mentiroso exato um ano atrás, diante da devastação da região serrana pelas chuvas do verão de 2011: “Vamos fazer um mapeamento in loco para identificar as áreas mais vulneráveis e ajudar a Defesa Civil na remoção das famílias”.



A sétima figura da encenação galhofeira, única mulher presente a essa imagem da farsa como método de governo, é também o único membro do sinistro septeto a desfilar um olhar desafiador, de quem está à cavaleiro da situação – na qualidade de ministra da Casa Civil e gestora de mais um embuste inventado por Dilma, já saboreia a possibilidade de fazer cobranças imaginárias bem longe dos cenários da tragédia de 2012, ela e a chefa fingindo que é dor a dor que deveras nunca sentiram.



Há poucos minutos, no Blog do Planalto, a imagem revoltante ganhou um título arrasador, na acepção mais destrutiva da palavra:



“Governo cria força-tarefa para atuar nas áreas atingidas pelas chuvas”



Já no olho da matéria, começa a fantasia tonitruante, cheia de pompa e circunstância: “O governo federal vai criar uma força-tarefa, composta por 35 geólogos e 15 hidrólogos, para atuar nas áreas de risco dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, afetados pelas chuvas. A decisão foi tomada hoje (9) pela presidenta Dilma Rousseff em reunião com seis ministros no Palácio do Planalto. A força-tarefa vai trabalhar na identificação das áreas sujeitas a deslizamentos e inundações, de onde as famílias devem ser removidas pela Defesa Civil”.



E sabem da maior?



“Evitar mortes é nossa prioridade número um”, disse a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em entrevista coletiva após a reunião com a presidente”.



A seguir, todos os homens de preto e o de verde oliva também falaram, sequencialmente, bem roteirizados pelas respectivas assessorias, numa espécie de jogral da fraude.



Para evitar as mortes que já ocorreram no ano passado e neste, incluindo a morte civil de quem perdeu tudo na vida, a presidenta que não chove no molhado também determinou que “os centros de operação e monitoramento permaneçam nos estados até fim de março para atuar nas ações de prevenção e reconstrução das cidades mais afetadas pelas chuvas”. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, informou em primeira mão – pelo menos para quem não viu os boletins de 15 dias atrás — que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden) prevê fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Ouro Preto. Por essas e outras é que ele conta os dias de ir para a Educação.



Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, revelou que mais 800 quilos de medicamentos serão enviados para as áreas mais atingidas, “somando 12,8 toneladas o total já encaminhado pelo governo”, por decisão pessoal de Dilma assim que voltou das férias, numa estranha ênfase na abordagem epidêmica de uma inundação.



Por fim, segundo o Blog do Planalto, o ministro que hoje salvou o empregão, Fernando Bezerra Coelho, transmitiu, em nome da gerentona Dilma, solidariedade às famílias das vítimas do deslizamento na cidade de Sapucaia, no norte do Rio de Janeiro – a mais recente tragédia que o governo vai prevenir. E afirmou, sem ficar vermelho e sem rir:



“Vamos envidar esforços para resgatar as vítimas e oferecer apoio aos familiares.”



Ele já o ofereceu ao irmão burocrata, ao filho deputado e ao correligionário proprietário do terreno em Petrolina comprado e pago duas vezes.



Todo brasileiro que ainda não se afogou nesse mar de lama, de corrupção, de inépcia, da pior forma de cinismo que existe, o cinismo que mata, deve olhar compenetradamente para cada um dos descarados da foto e anunciar em alto e bom som:



EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NO VERÃO PASSADO.


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