Hoje se comemora o Dia de Combate à Intolerância Religiosa. A ONU proclamou 1995 como o Ano Internacional da Tolerância, demonstrando o quanto esta questão é vital para a conciliação entre os povos. Onde existe a semente da intolerância colhe-se o fruto da violência e da guerra, como aconteceu no passado e ainda continua em evidência nos recentes acontecimentos divulgados pela mídia. Ao longo dos milênios, as grandes religiões foram as maiores forças a guiar o comportamento dos indivíduos e povos para o que há de mais sublime e nobre na natureza humana. Numa época como a nossa, em que o desamor pela vida manifesta-se em tantas e tão perversas formas, como a violência, as drogas, a intolerância, o racismo, a promiscuidade e a guerra, é essencial que as crianças sejam educadas nos valores espirituais que as religiões incutem. Porém é determinante que a educação religiosa não resulte em fanatismo e intolerância, do contrário o remédio torna-se-á veneno. Desse modo, a única maneira de se educar as novas gerações no amor fraterno por todas as tradições religiosas é permitir que as crianças tenham contato direto com aquilo que há de melhor em cada uma delas, e que não se estabeleça a primazia de um sistema religioso ou de denominação sobre as demais. Para isso é essencial que o currículo reflita uma visão universal e não doutrinária. Se as crianças continuarem sendo educadas apenas segundo uma só religião, elas passam a desprezar as demais e as atitudes de preconceito e a intolerância e o desamor acabam cristalizando-se para o resto das suas vidas. A intolerância religiosa e o racismo são pragas que há séculos vem causando sofrimento à humanidade. Neste contexto, é de se lembrar as palavras do grande líder Nelson Mandela quando disse que “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, ou por sua origem ou religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta; jamais extinta”.