Diário de um pseudônimo (006) (2004/04/27)
Penfield Espinosa
27/04/2004
Quem me conhece sabe que, sendo ainda baiano, tenho um bom gênio e muita calma.
Isso não me impede de às vezes ficar nervoso e dizer um:
-- Porra!
Quando à raiva se somam direção e indignação, vem um
-- Porra, velho!
Quando estou mais bravo ainda, grito:
-- P´a porra!
No último dos estágios de raiva, não digo um palavrão, mas um:
-- Vá pa porra!!!
Isso, para quem não conhece o baianês, é tão agressivo quanto uma bomba atômica. Equivale ao Go to hell! dos americanos, que muito crentes na Bíblia, dizem isso apenas quando muito enfurecidos.
Bem, já disse de meu temperamento -- pacífico porém com direito a chuvas e trovoadas.
Falta dizer de pessoa com quem conheci, com quem travei certo relacionamento.
Durante algum tempo, convivemos bem. Depois, passamos a brigar sempre que nos víamos.
Que coisa estranha, que infelicidade.
Neste tempo, fiquei muito triste, pensando que fazia parte do seleto grupo que a psicologia chama de masoquistas.
S. Paulo, 27 de abril de 2004
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