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Ensaios-->ESQUEMA DOS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE PIAGET -- 17/06/2004 - 05:47 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESQUEMA DOS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SEGUNDO PIAGET










Belo Horizonte
Centro Universitário de Belo Horizonte – UNIBH
2004

Eustáquio Mário Ribeiro Braga
LTN7









ESQUEMA DOS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO SEGUNDO PIAGET






Trabalho apresentado à disciplina PSICOLOGIA I, para obtenção de créditos.

Orientadora: Professora Marina Caldas Teixeira




Belo Horizonte
Centro Universitário de Belo Horizonte – UNIBH
Abril/2004


INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é o de esquematizar em quadros informativos os estágios do desenvolvimento cognitivo de Jeam Piaget. Pretende-se aqui saber as divisões básicas dos períodos, de acordo com a sua cronologia; tipo de inteligência; esquema inicial e final; e, organização mental nova. Serão acrescentados dados que possam enriquecer o trabalho e/ou ampliar o conhecimento sobre o tema.

A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis. Os pressupostos básicos de sua teoria: o interacionismo, ou seja a idéia de construtivismo seqüencial e os fatores que interferem no desenvolvimento.

A criança é concebida como um ser dinâmico que todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Essa interação com o ambiente faz com que construa estruturas mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.


ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - PIAGET

De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas cognitivas derivando cada estrutura de estruturas precedentes. Ou seja, o indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio.

Essas construções seguem um padrão denominado por Piaget de ESTÁGIOS que seguem idades mais ou menos determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e não a idade de aparição destes.


Piaget organizou cada estágio do desenvolvimento de acordo com o seguinte esquema:
ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR PRÉ-OPERATÓRIO OPERATÓRIO CONCRETO OPERATÓRIO FORMAL
CRONOLOGIA 0-2 anos 2-7 anos 7-11 anos 12 anos em diante
TIPO DE INTELIGÊNCIA Inteligência prática (sensório-motora) Inteligência simbólica Inteligência operatória Inteligência formal (inteligência abstrata / raciocínio dedutivo)
ESQUENA INICIAL A partir de reflexos neurológicos básicos: sugar; tocar; ver; ouvir, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento. Para Piaget é como se as necessidades satisfeitas do bebe fossem imprimindo um modelo de organização, uma rotina ações que permitem a descoberta dos objetos. Como se no contato aleatório e repetitivo com os objetos da realidade, o bebe fosse despertado para o conhecimento dos objetos. Interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior. A onomatopéia é substituída pelos fonemas; já é capaz de compor frases. Já distingue o número de sílabas que compõe as palavras. Começa a organizar a percepção da diferença entre o eu e o mundo. A criança deste estágio: é egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro; não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos 'por quês'); já pode agir por simulação, 'como se'; possui percepção global sem discriminar detalhes; deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. Não sabe mentir ou enganar. O jogo do faz de conta é real. Percepção da cores. A fase dos porquês ou da curiosidade infantil vai dar lugar a assimilação dos significados da realidade compartilhada. O jogo do ‘faz de conta’ permiti à criança entender a se colocar no lugar do outro e a saber que as pessoas podem pensar coisas diferentes. A criança é descentrada de seu egocentrismo, é capaz de conceituar algumas relações, e torna-se capaz de pensar sobre si e sobre o outro conjugando o valor da igualdade e da diferença. Sabe exercer a arte de fingir, sabe enganar o outro e mentir. As ações mentais ainda são voltadas para o concreto para a explicação e para a constatação - obviedade dos sentidos, é porque é. A representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais a representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade.Ou seja, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. Por exemplo: se lhe pedem para analisar um provérbio como 'de grão em grão, a galinha enche o papo', a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR PRÉ-OPERATÓRIO OPERATÓRIO CONCRETO OPERATÓRIO FORMAL
ESQUENA FINAL Descoberta da sua própria voz, das mãos e pés. A descoberta do espaço se amplia profundamente. O tempo também começa a aparecer. O modo como toca os objetos é bastante diferenciado. Capacidade de lidar com o objeto ausente pela imagem mental que faz desse objeto. Joga objetos para vê-los cair e voltar. Consegue bater palmas, segurar um objeto, passa-o para outra mão para poder segurar outro. Bem mais tarde, por volta de um ano vai conseguir segurar dois objetos na mesma mão. Tem ritmo, dança e imita sons ritmados. Reconhece sua mãe, alguns familiares, e estranha os estranhos. A ausência da mãe já é fonte de insegurança. Por volta dos 11 meses vai perceber a imagem no espelho e tentará toca-la como se fosse um outro bebe. Mais adiante irá procurar atrás do espelho esse outro. Não sabe ainda se ver na imagem. Na linguagem já articula fonemas e chama algumas coisas pelo mesmo nome. Representação dos objetos por onomatopéias. Mais ou menos aos 16 meses irá ser capaz de reconhecer a si mesmo na imagem do espelho. Já assumi a posse de alguns objetos. Articula algumas frases. Repete e imita palavras finais dos outros. Aos dois anos inicia o jogo do faz de conta. Começa a conhecer os significados sociais das palavras. Apresenta-se encantada e interessada em aplicar todas as palavras novas que descobre. Aprende a mentir e descobre o pensamento como uma espécie de jogo no qual se pode enganar o outro. O pensamento começa a se revelar uma atividade capaz de realizar operações. O Jogo do faz de conta vai ser redimensionado como fantasia. Ainda é centrada em seu ponto de vista, mas seu egocentrismo começa ser confrontado, apesar de conseguir se colocar abstratamente no lugar do outro. Descobre o sentido do sonho. Descobre o sentido da morte e torna-se metafísica – curiosa com as coisas que não se pode ver, ou tocar mas que se pode imaginar. Primeiras operações intelectuais. Seu pensamento torna-se um pensamento de constatação e de explicação. Não aceita a idéia do acaso, tudo deve ter uma explicação. – fase dos porquês. Possui percepção global sem discriminar detalhes. Deixa-se levar pela aparência sem relacionar fatos (mostram-se duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes.) A noção de representação começa a se estruturar e aparece a descoberta do uso do significante – as palavras possuem um significado compartilhado. A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade; já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade). Por exemplo:despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de 'refazer' a ação.Sabe classificar aspectos concretos da realidade e aos poucos irá se encaminhar para o pensamento lógico e para as classificações abstratas. Consegue seriar, reunir conjuntos desde que sejam operações realizadas nos concreto. Já sabe sobre a diferença dos sexos em termos de repartição de classes: homem/mulher, macho/fêmea. Essa repartição é incomunicável. A reversibilidade do pensamento possibilita à criança construir noções de conservação de massa e volume. Começa a se dar conta da presença de múltiplas dimensões num mesmo problema – estabelece relação entre altura, largura e quantidade. A reflexão ainda está calcada no concreto – o conceito mostra. Os conhecimentos anteriores são organizados em conceitos, no entanto o conceito ainda não se revelou uma função de representação, mas a criança já começou a perceber que existe algo para além do plano concreto a despeito dos aspectos perceptíveis. As estruturas cognitivas alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e os indivíduos tornam-se aptos a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. Reversibilidade do cálculo e do próprio pensamento. A abstração permite ao sujeito adolescente o exercício da crítica e do juízo dos valores exercitar. A capacidade de leitura e de interpretação do mundo de acordo com o raciocínio dedutivo se desenvolverá, ao longo da vida, no sentido de complexificar o número de variáveis e dimensões a serem incluídas nas reflexões. No entanto, o sujeito passará a ficar confrontado com a dificuldade de distinguir entre a mentira e a falsidade já que essas coisas agora são do campo abstrato e sem o suporte da realidade concreta. Para enfrentar o outro, ele só contará, a partir de agora, com sua capacidade de interpretação e de leitura das entrelinhas das ações observadas na realidade. Descobre que a realidade não necessariamente é compartilhada e que impera o mal entendido na comunicação humana, uma vez que tudo parece ser do campo do abstrato. Afetivamente suas habilidades estão em defasagem com as capacidades intelectuais. Experimenta a relatividade das coisas. Seu narcisismo fica em questão uma vez que descobre que a arte de fingir faz laço com outro tanto para o melhor quanto para o pior. O outro pode ser amigo ou inimigo, parceiro ou rival. O adolescente torna-se consciente das operações mentais de que é capaz, assim como das operações mentais de que são capazes todos os seres humanos.
ORGANIZAÇÃO MENTAL NOVA Organização do “Eu” e do mundo (Plano de Representações Imaginárias) Organização do plano dos significados sociais Organização concreta do plano conceitual (O conceito mostra) Organização abstrata do plano conceitual ou Organização lógica do pensamento abstrato ou Organização do Raciocínio dedutivo.


No quadro abaixo serão dados os principais períodos do desenvolvimento mental, segundo Piaget, as principais características de cada um:
Idade Período Características
0-2 anos Sensório-motor A atividade intelectual é de natureza sensorial e motora. A criança percebe o ambiente e age sobre ele, por isso é essencial a estimulação nos primeiros dias de vida. Desenvolvimento da consciência do próprio corpo, diferenciado do restante do mundo físico. Desenvolvimento da inteligência.
2-7 anos Pré-operatório Desenvolvimento da linguagem, a partir de 2 anos desenvolve-se mais rapidamente; com três conseqüências para a vida mental a) socialização da ação (atividades de faz de conta, desenhos, sonhos), com trocas entre os indivíduos; b) desenvolvimento do pensamento, a partir do pensamento verbal: finalismo (porquês, causa/efeito), animismo(presume que todos os objetos têm vida e sentimentos) e artificialismo: c) desenvolvimento da intuição.
7-11 anos Das operações concretas Desenvolvimento do pensamento lógico sobre coisas concretas; compreensão das relações entre coisas e capacidade para classificar objetos; superação do egocentrismo da linguagem; aparecimento das noções de substância, peso e volume.
12 anos em diante Das operações formais Desenvolvimento da capacidade para construir sistemas e teorias abstratos, para formar e entender conceitos abstratos, como os conceitos de amor, justiça, democracia, etc.; do pensamento concreto, sobre coisas, passa para o pensamento abstrato, “hipotético-dedutivo”, isto é, o indivíduo se torna capaz de chegar a conclusões a partir de hipóteses: se A é maior que B e B é maior que C, A é maior que C


CONCLUSÃO
Conforme vimos no quadro acima, os estágios podem ser divididos em três:
· o sensório motor - de 0 a 24 meses - Construção do universo real, lidando com ele a partir de ação e percepções. A inteligência é prática porque a criança emprega ação e percepção. Nessa fase a inteligência é anterior a fala.
· Pré-operatório - 2 a 7 anos de idade - Representação - capacidade de pensar em um objeto através de outro objeto exemplo: Reconhecer-se no espelho, imitação. É no pré-operatório que ocorre a introdução à linguagem, a introdução a moralidade e o egocentrismo - a criança tem dificuldade em ver o ponto de vista do outro.
· Operatório - 7 anos em diante sendo que está dividido em dois:
Concreto - 7 a 11 anos - a criança faz uso da capacidade operatória somente encima de objetos que pode manipular ou situações que pode vivenciar ou lembrar as vivências.
Formal - 12 anos em diante - A criança vai pensar de maneira lógica as hipóteses trabalhando com elas e é capaz de aplicar sua lógica com objetos hipotéticos e estímulos à sua vivência.
No operatório há a ação interiorizada reversível:
· ação: Agir e manipular sobre o mundo
· Interiorizada: Na representação do mundo (imaginação)
· Reversível: organização lógica do pensamento sem contradições, possibilidade de pensar na ação e anulação dessa ação.

BIBLIOGRAFIA

LEAL, Maria Christina K. Texto para curso de Avaliação diagnóstica –enfoque psicoeducacional.– Jean Piaget (estágios do desenvolvimento) – Consultório de Psicologia Clínica e Psicopedagogia –Curitiba - PR
MUSSEN, P.H.; CONGER, J.J.; KAGAN, J. Desenvolvimento e Pesrsonalidade da Criança – 4º ed. São Paulo: Harbra, 1974.
PALANGANA, I. C. (1994) – 'Desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygotsky (a relevância do social)' – São Paulo: Plexus.
PIAGET (1975) – A formação do símbolo na criança . Rio de Janeiro: Zahar Editores.
VYGOTSKY, L. S. (1999) – Imaginación y creación en la edad infantil. La Habana: Editorial Pueblo y Educación.
PILETTI, Nelson. Psicologia educacional – 2º ed. São Paulo: Ática, 1985.
TEIXEIRA, Marina Caldas. Apostila de Psicologia I para 7º período; UNI-BH, Belo Horizonte 2004.
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