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Cronicas-->Salvem as pulgas -- 01/09/2002 - 15:32 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SALVEM AS PULGAS

Há muito tempo não vejo uma pulga. Confesso que fiquei com a pulga atrás da orelha: será que esse animalzinho estará em extinção? Antigamente, não se acordava sem umas marquinhas avermelhadas no corpo.
Minha mãe sentava-se na cama e ficava catando esse inseto para depois espremê-lo entre as unhas. Eu adorava ficar esperando para ouvir o estalinho que fazia. Tentei algumas vezes fazer o mesmo, mas não conseguia obter o estalo, é preciso muita técnica. É algo como assobiar ou estalar os dedos. Se você não pega o jeito, é um vexame.
Quando o estoque de pulgas começava a baixar, era só ir ao cinema assistir a um bom filme, tranquilo, como quem não quer nada. Dava de renovar o estoque para algumas semanas. Algumas pulgas até vinham premiadas, com o carimbo do cinema, o que dava direito a assistir a uma sessão grátis. Hoje, com os cinemas modernos, em shoppings, parece que o insetozinho foi erradicado.
É de se admirar que nenhuma organização de ecologistas tenha iniciado uma campanha para preservação desse animalzinho. É uma questão de conservar a tradição histórica. Afinal de contas, parece que a pulga foi trazido ao nosso país pelos portugueses. Se não antes, pelo menos na época de D. João VI. Nos museus, deveria estar exposta, protegida por uma redoma de vidro, a primeira pulga a pisar, digo, pular no território brasileiro.
Por que se preocupar com a preservação de animais como o mico-leão, a anta-jacaré ou o sapo-andorinha que estão longe de nós e deixar esses insetos tão úteis de lado, na rua da amargura. Mesmo porque a pulga detesta permanecer na rua. Gosta mesmo é de uma cama bem quentinha, como o comum dos mortais. Veja só, amigo leitor: se sua companheira não tiver de vez em quando uma pulguinha para esmagar entre as unhas, o que irá fazer? Certamente, se dedicará a espremer seus cravos e espinhas, o que pode ser mais desagradável do que uma mordidinha de pulga.
Por isso, deixo aqui um brado de alerta: salvem as pulgas!
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