Para não descarrilar na nossa língua que beleza hoje iremos analisar os novos vocábulos que estão surgindo.
Nesta região central do país muito nos admira o uso de “trem”. A nação inteira sempre achou que só mineiro que usa trem, mas não é verdade. Não é exclusividade deste povo doce. E pegando o bonde neste assunto... Tratando-se de transportes coletivos, nas grandes capitais muitos usam trem. Mas no sentido literal (aquele dos livros, não, não pode ser dos livros, porque trem pertence a fala...) a palavra trem, como dizia o meu antigo professor carioca um dia na aula de inglês explicou que a melhor tradução para o verbo To GET era o mesmo de COISA. Imediatamente neste instante de luz (iluminado por lâmpada alógena, sim porque aquela estilo Thomas Edson é do milênio passado) a definição de TREM surgiu na minha cabeça: afinal, coisa e trem são sinônimos da língua que beleza. Sim. Se você realmente pensar, onde você conseguir encaixar a palavra coisa, também funciona com a palavra trem. Você vai perceber que isso não é uma coisa difícil, ou melhor, um trem muito difícil não, veja o exemplo: Me dá essa coisa. = Me dá esse trem. Outros exemplos mais construtivos e reais: Me deu uma coisa. = Me deu um trem. Estou com vontade de comer uma coisa. Estou com vontade de comer um trem. Enfim como podermos perceber trem nunca está sozinho, é sempre engatado numa composição. Então a partir de agora, todos, sejam lá em qualquer parte do país, podem entender o real significado desse trem e não mais sair dos trilhos para compreender o que esta sendo comunicado.
Mas nossa explicação de hoje não acaba por aí. Temos muitas novidades. A primeira delas é o surgimento da palavra “Marmitec”. Você já deve estar se perguntando de onde veio isso, mas é isso mesmo. Da junção da civilização das grandes cidades, ou seja, do povo expurgado com o povo expurgante. A palavra marmitec é fruto da conjunção linguísistica e logística, da junção do culto a modernidade e a retomada do passado clássico pastoreiro: “marmita com tecnologia”.
Diga-se de passagem, que é a comida que vem embrulhada em forma de disco voador, no papel alumínio pré formatado, tipo prato feito embrulhado, que aceita viagem a pé, bicicleta, moto ou kombi (não esquecer do acessório indispensável:da sacolinha de plástico transparente, se não queima a mão...) para se comer em qualquer lugar e a qualquer hora, vulgo macdonalds de arroz e feijão acompanhado de macarrão no lugar da batata frita.
Não confundir com “quentinha” e outros similares já que este pode ser frio, requentado e é “montado” na hora da compra. (E a quentinha é sempre feita de véspera.).
Mais ou menos da mesma origem, temos o termo incorporado a nossa língua que beleza, por processo de assimilação de praticidade e de economia de conhecimento, espaço e tinta para a fachada e etc, o vocábulo: “serv-serv”. O contexto em que é utilizado é um só: fachada de restaurante de comida por quilo. Ex. “Restaurante serv-serv”. Tendo como origem o inútil culto e mal gosto de enfiar inglês onde não é chamado na tentativa de parecer o que não é, deu nisso “self-service” transformou-se em serv-serv sendo recomendado NGB (“NãoengulaGoelaBaixo) o Não uso de nenhum dos termos sob e pena e risco de parecer ridículo em ambos os casos.
Por hoje é só.
Ah, já ia me esquecendo:
No nosso próximo encontro analisaremos minuciosamente a expressão redutora de quantidade exagerada ambiciosa pronunciada por uma criança de 03 anos: “Mãe, me dá um poucão assim”.