Cinzas da Paixão
A marcha anuncia a chegada hora
Visto-me com a cor da solidão, perda
Lágrimas insistem em não acreditar
Impedindo-me os olhos de terem
Mais uma vez com os teus
Vejo-te pálido, cálido amante
Diferes daquilo que sempre foste
Teu corpo outrora vívido, é inexpressivo
Completamente indiferente ao meu
Toco-te na esperança de alívio,
És frio, gélido mármore
Inconformada, pedidos em vão
Ajoelho implorando ao passado
Suplico aos céus nossos momentos
Rogo em desespero por mais uma vez
Lírios perfumam o leito da separação
Carinhos fúnebres choram-te
(Agora, teus beijos de quem serão?)
Enterro-te em caixões de desprezo
Queimo, cremo em maldita paixão...
© Amanda Preissler
Em 15.08.00
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