VIDA
Notas cansadas, sopradas, fracas...
Vindas dos últimos suspiros de uma ofegante respiração...
Sem ritmo e sem pulso...
Respiração que um dia brilhou...
E gritou, esbravejou e se enfureceu...
Revolta incontida, jovem e forte...
Que um dia, pura e inocente...
Não tolerava as injustiças...
E nenhuma das mazelas algozes...
Que dilaceravam o espírito humano...
Inumano, que na ânsia de seus desejos...
Lutou, enfrentou o mundo e venceu...
Triunfou e do alto de sua torre...
Viu seus ímpares sobrepujados...
E percebeu que finalmente alcançara o cume de sua vida...
Então sorriu, humilde e tristemente...
Pois sabia que tinha descoberto seu maior e mais bem guardado segredo...
Sentou-se, tomou a gaita em suas mãos...
E começou a soprar a sua última canção.
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