O olhar tenso busca em cada movimento da dança a
água para abrandar sua sede.
Desespera com cada passo, imagina, quer, deseja.
A guerra é travada, mas não importa o vencedor.
A recompensa será compartilhada.
É difícil respirar, não se pensa. Todos somem.
O ar torna-se denso, quase palpável.
Ah se estivessem realmente sós...
Corpos em uníssono pelo chão.
Não há intenção, só instinto...
Seduzir e ser seduzido.
Olhar para que o outro mostre.
Mostrar para que o outro olhe.
Instigar e provocar até o limite dos sentidos.
Querem que a batalha finde, mas o jogo atiça,
prepara, deixa o porvir ainda melhor...
Sinto-me, repentinamente, envergonhada por
observar este momento que não me pertence mas
me seduz. Deixo o jogo, que não precisa de juiz
e nem platéia.
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