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cronicas-->O ARMÁRIO VERMELHO -- 03/09/2002 - 09:18 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando éramos adolescentes, eu e meus irmãos frequentávamos um clube que se destacava por sua cor berrante. No vestiário havia um armário rubro cujo tamanho e vetustez nos assustava.
Meu pai nos dizia que dentro dele, em certos compartimentos haviam flores apodrecidas, algumas medalhas perdidas, tíquetes de viagens mal feitas e que, pasmem, até esqueletos de frangos aguardavam a luz do dia. Por isso deveríamos nos comportar direitinho, senão todas as escabrosidades daquele móvel nos assolariam.
Depois de aprendermos o caminho, íamos ao clube social sem a companhia de papai. Gostávamos da piscina, que para a nossa pequenez, era enorme.
Em decorrência das aulas do ginásio, em determinados dias da semana, meus irmãos não podiam descer até a associação. Nessa circunstància eu ia sozinho.
Lembro-me muito bem que, em certa ocasião, quando me preparava para abrir o nosso compartimento do armário grande, emparelhou ao meu lado um sujeito imenso, com barba rala e voz grave. Ele me olhava de cima para baixo e no seu olhar observei algo de maroto.
Tirei minha roupa e vestí a sunga. A intenção era nadar bastante, flertar e aproveitar o sol. O sujeito mal encarado me seguia com os olhos e pela sua expressão fisionómica não era pessoa de muitos amigos. Senti medo.
Relevei os temores e fui adiante entrando n´água. Depois de três horas voltei ao vestiário. Quando vestia meus trajes, um outro garoto, com a mesma idade e estatura minhas, aproximou-se e notando a porta do armário do homenzarrão, semi-aberta, escancarou-a curioso. Lá dentro havia um relógio novo de pulso. Rapidamente e sem dizer nada subtraiu para sí aquela coisa alheia móvel.
Fingindo que nada vira, notei quando o homem se aproximou. Com estardalhaço e jactància anunciou aos presentes o furto de que fora vítima. Ele esperou que o menino estivesse no centro de uma turma atónita e ostensivamente revistou-o encontrando seu objéto. Sentí pena do rapaz. Exalando cheiro de álcool, o aprontador malvado, daquele momento em diante, teria assunto para mêses com o qual entreteria suas amigas.
Foi muito bem feito para o furtador. Ele deveria aprender a não mexer no que não lhe pertencia.
Por isso, meu amigo, saiba também que a corrupção do bom é péssima. Muito mais até do que daqueles que nunca foram benígnos.
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