VERBORRAGIA
Adriana Engelbart
A vida me consome delicadamente.
Uma sucção, uma embriaguez da alma.
Ela se transfigura em luzes, em tons
e subtons... preenche todos os espaços,
todos os meus vãos possíveis.
Aos poucos, calma e ardilosa,
a vida me come.
Sou, no entanto, apenas proteína bruta.
Ainda fadada aos ácidos do mundo
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