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Contos-->ESQUECER NUNCA,PERDOAR JAMAIS 7 -- 27/11/2002 - 19:43 (ADÃO JORGE DOS SANTOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A consulta fora agendada na semana anterior. Marquei para as duas da tarde. Anotei o endereço e vi que ficava na zona nobre da cidade.Escolhi uma roupa apropriada para a ocasião.Mesmo que vestisse o terno mais caro, sabia que não passaria de um negro em traje de gente. Eu sou assim, vejo as coisas claras como elas tem de serem vistas, sem fantasias. Negro é negro. Veio da África a força para o serviço braçal, apenas para isto, nada mais.Os negros quando foram libertados, não sabiam fazer nada além daquilo que faziam. Não possuiam nenhuma qualificação profissional,sabiam apenas obedecer ordens e viverem dos favores dos seus donos. A questão reside no modo em que foram escravizados.A igreja autorizou quando afirmou que todo aquele povo que professase a fé crista,poderia ser "doutrinado", entendede-se escravizado, humilhado etc. Hoje é possivel encontrar negros "afrodewcendentes" exercendo as mais variadas profissões. Mas está longe do número que deveria ser.
No transporte as pessoas me olharam desconfiadas. Eu já deveria estar acostumado com estas reações adversas dos cidadãos ditos civilizados, mas eles mesmos não sabiam o que faziam, agiam conforme foram educados. Na portaria o segurança solicitou todos os documentos possíveis. Não satisfeito ainda alegou que devia fazer uma revista para fins de segurança, atitude que não permiti e disse que se continuasse tentando me constranjer, entraria com um processo de racismo citando a lei Afonso
Arinos. No mesmo momento , outras pessoas passavam ser serem molestadas. Depois desde contratempo previsível, entrei no elevador principal, junto as pessoas que com certeza prefeririam que eu utilizasse o de serviço. Quando disse que tinha hora marcada a secretária levou alguns segundos para se refazer do susto. Ela sem tirar os olhos de mim, confirmou a consulta. Ela pediu educadamente para que eu aguardasse na sala se espera, que logo seria chamado. Na sala havia quatro pessoas.todos brancos. Uma senhora lia uma revista de moda. Um rapaz escrevia em um bloco. Um senhor, acompanhado de um jovem, conversavam. Todos pararam o que estavam fazendo. Não é todo dia que um negro frequentava um consultório médico.
Outro negro teria ido embora, como muitos já fizeram, mas eu queria mudar as coisas e se desistisse ante a descrença dos brancos, jamais mudaria nada. Enquanto esperava pacientemente minha hora, os funcionários surgiam no vão das portas , comentando entre si, aquela situação inusitada. Ande já se viu negro precisar de médico de cabeça? Eu sorria e acenava para eles, estava achando mais graça deles do que eles de mim.
Enfim fui chamado.
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