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cronicas-->QUEIMANDO O FILME! -- 03/09/2002 - 10:26 (Bruce Green) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ele já tinha criado toda a história, lido e relido o roteiro. Não achava falhas. Decorou todos os scripts, estava pronto para improvisar se fosse preciso. Escolheu o figurino com cuidado, de modo a impressionar a atriz principal. Seu camarim coube todo em uma mala, estaria bem posto em uma piscina ou um jantar granfino. Foi cheio de esperanças, até o seu destino, pois no seu íntimo, sabia que a menor distància entre dois pontos é o entusiasmo. Chegando lá, seria só dizer: Luz, càmera, ação!

Ao desce do avião, com sua grande paixão nos braços, daria um beijo hoolyhoodano. Mais simples, impossível. A partir daí, o resto seria com o destino. Mas não. Ela nem havia chegado.

Tudo bem... vamos para a próxima cena! Nem sempre é possível gravar um filme de maneira sequêncial, a cena do beijo fica pra depois. 10 minutos e nada, 20 minutos e nada, 30 minutos e nada, a demora começava a ficar angustiante. Tentava inutilmente adivinhar em qual cardeal ela poderia surgir. Norte, casal de namorados; Sul, uma criança de colo chorando aos soluços; Leste, a moça do guichê de informações até que é uma gracinha; Oeste, banheiro feminino à direita, masculino à esquerda. Cadê ela? A fala que tanto ensaiava, já não cabia mais naquele momento.

Finalmente, a atriz sempre chega em atraso! Faz parte, infelizmente, o protagonista aceitou trocar o beijo hoolyhoodiano por uma abraço sem jeito.

Com tanta frustração, ele nem havia percebido que ela não estava vestida como ele imaginava. Ela trajando algo bem informal, como quem vai daqui prá padaria. E ele, vestido para matar. Se está tão informal, é porque a sua chegada não tinha assim uma importància de um acontecimento. Pensou.

No taxi, ele trata de iniciar rapidamente a conversa. Ela, no entanto, parece que não decorou sua fala. Diz coisas que não estavam no script. Ele se irrita e ela não faz a mínima idéia do que a está deixando tão estressado. Ele tenta levar o diálogo adiante mesmo assim, porque daqui a pouco vem a cena do beijo, mas a atriz não colabora: ri quando não é para rir, fica em silêncio quando seria o momento de se declarar, enfim, uma canastrona!

Assim de repente, ela fala de seu ex-namorado. E ele corta, corta!!! O vilão nem está nessa história! "- Pára o taxi que eu quero descer!" Grita. Desespero.

Mas nem tudo está perdido, e sim, apenas começando. Agora, o cenário perfeito: a casa dela. A cama à dois. Mas a atriz, sugere o sofá da sala. Pronto, ela querendo dar palpite no filme dele. Mas tudo bem, fazer o quê?

Foi assim, em uma semana inteira de filamgens, mesmo com a entrada dos coadjuvantes e outras locações, a dupla não se acertava... Ele churrascaria, ela vegetariana. Ele calda de chocolate, ela calda de caramelo. Ele Liberdade, ela Bexiga. Ele "in vino veritas", ela apaga a luz que quero dormir.

E assim encerra-se mais uma relação onde não deveria haver falas decoradas nem cenas pré-concebidas. Não faltaram momentos nem oportunidades. Porém faltou o ingrediente principal, que sem ele nenhuma peça se inicia: amor. Mas o "diretor" não percebeu por que estava ocupado demais com a interpretação e com o final feliz, que talvez aconteça se ele aprender a trabalhar em equipe.

Sem nenhuma dúvida, há leis naturais e imutáveis que não se derrogam segundo o capricho de cada um; todas as circunstàncias da vida, acontecem segundo uma razão, segundo um porque.

Em nossas vidas estamos sempre no papel do ator principal, e nas situações mais importantes, como diretores. Sempre estamos querendo programar os acontecimentos, direcionar os fatos ao nosso favor. O problema reside justamente aí. Pedimos sempre o que queremos, o que é de nosso contento, sempre ultrapassando o limite do necessário na satisfação dos nossas necessidades.
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