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Contos-->OBSESSÃO -- 28/11/2002 - 11:05 (Lucilo Constant Fonseca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OBSESSÃO


É mesmo realmente incrível o ocorrido a poucos dias numa velha casa sede de fazenda. As pessoas que ali habitam estavam estarrecidas.
Diziam que, na noite anterior, a moça Márcia, habitante daquela velha moradia, contudo ter físico débil, havia se transformado em um verdadeiro pandemônio.
Que, no mínimo, seis pessoas afeitos a trabalho duro no campo, portanto, dotados de muita força, tiveram a necessidade de segurar a moça. Esta, tomada de um espírito mau, perdera a sua docilidade peculiar e se transformara em um ser bruto.
A sua agilização se fazia acompanhar de impropérios. Acusava seu irmão de covarde, exigia dele que lhe vingasse a morte, verificada há anos em um município do Estado de Minas Gerais.
Os assoalhos antigos e parcialmente destruídos, da velha casa, rugiam sob o peso incontrolado, das pessoas que lutavam tenazmente, no afã de controlar a referida moça. Esta, tomada pelo espírito endemoniado, tinha em si mesma a transformação da sua constante meiguice, candura, em um monstro agressivo.
De um salto, ela atingiu o alto de um guarda-roupa, e dali apanhou um litro de gasolina que se espatifou no chão.
O espaço, para aquela singular luta havia se reduzido ao cômodo de dormitório. Após uma peleja de horas, aqueles rudes trabalhadores braçais haviam, com dificuldade conseguido fazer com que o corpo de Márcia demonstrasse inteira exaustão. Ela colocada em um leito apresentava no momento, uma tranquilidade que denunciava a liberdade de seu corpo, pelo afastamento do espírito obsessor.
Naquele instante se fizeram ouvir vozes no exterior daquela residência. Ai as pessoas deixaram Márcia adormecida e foram ver o que se passava lá fora, onde a escuridão marcava, com muita força, uma deplorável impressão a todos. Quando constataram que lá não havia ninguém. Regressaram, ao quarto. Márcia pelo seu espírito obsessor, soltou uma risada diabólica e criticou as pessoas presentes, como ingênuas.
A esta hora, afirmou que deixou o corpo de Márcia e pelo lado de fora da casa, proferiu vozes a fim de que dessem liberdade à moça; para que conseqüentemente, também, pudesse gozar desta mesma liberdade.
A obsessão, assim como começou, terminou.
Márcia revelava um estado de angústia, forte dor de cabeça e um tremor convulsivo a percorrer todo o seu corpo.
Há muitos e muitos anos que, em Minas Gerais, se deu um delito assaz fatídico - Nenzico que na tenra idade de doze anos, assassinara com uma arma branca - enorme canivete, marca corneta - um chefe de família, pai de seis filhos.
Bem posteriormente, Nenzico já casado e pai de numerosa prole, assassinou o seu próprio sogro e mais um cunhado. A arma deste episódio sangrento, foi uma faca. Nenzico, após ter liquidado os seus familiares, abandonou o local do crime. Com o instrumento e as mãos tintas de sangue, dirigiu-se pela estrada que conduzia à sua casa. À meia distância, junto a uma encruzilhada, foi encontrado o corpo de Nenzico, trespassado por uma faca e com a cabeça quebrada a pau.
A versão apresentada à justiça, foi de que se tratava de suicídio.
Segundo fazem constar, as pessoas que residem à fazenda onde Márcia mora, o espírito de Nenzico busca vingança, de sua morte, pelos cunhados.
Para tanto, procura tomar posse do corpo de seu sobrinho, um irmão de Márcia. Frente a resistência encontrada, apossa-se desta pobre moça. Dizem mais que, ele na condição de espírito errante, está sempre a asseverar que não encontra lugar algum para descansar. Sofre muito, sem que encontre um ponto qualquer, aqui ou alhures, para poder ficar, e consequentemente, poder descansar.

Fazenda Campo Alegre - 21/07/81.

Lucilo Constant Fonseca.

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