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Contos-->PASSEIO À PETRÓPOLIS -- 28/11/2002 - 11:06 (Lucilo Constant Fonseca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PASSEIO À PETRÓPOLIS


Atualmente, ignoramos de modo completo o que seja, nos dias atuais, a cidade fluminense de Petrópolis.
Abrindo o baú velho da nossa recordação, reportamos aos idos anos, da década de quarenta.
Aí encontramos, na (velha) lembrança, um passeio que foi uma coisa nova e interessante.
Ao subir a Petrópolis, sentimos a presença silvestre das matas na Serra do Mar. A sua exuberância, no porte e intensidade da vegetação, nos deixou com a impressão de um paredão verde e compacto, que se erguia a nossa frente.
De algum ponto qualquer víamos, à grande distância, o dedo de Deus; formado de um monolítico, que há milênios resiste aos efeitos naturais da erosão.
A estrada sinuosa e acidentada deixava a impressão de que fôssemos a um mundo completamente diferente daquele que havíamos largado. Ao nível do mar, ficavam para trás, a bela cidade do Rio de Janeiro e Niterói.
A pista asfáltica, delineada pelos meios fios, por vezes parecia mudar de cor. Era como se fosse o dorso de um animal escuro, banhado por intensa neblina. Do meio da mata, intrincada, surgiam rochas alcantiladas, com a projeção de enormes penedos.
-Destes, escorriam águas, em sucessivas cascatas. Na vegetação, eram notadas as freqüentes samambaias e rasteiros pés de moranguinhos. No topo da serra, a neblina se transformava num nevoeiro forte, que se fazia necessário manter os carros com os faróis acesos, em pleno dia. Na entrada da cidade de Petrópolis, à esquerda da rodovia, e a pouca distância, ergue-se o antigo Cassino “Quitandinha”. Obra esta impossível de ficar desapercebida, vez que, além de monumental, tem aspecto completamente diferente dos convencionais. Seu estilo lembra as construções européias. Mormente, as dos países baixos.
A cidade não nos deixou qualquer impressão, que pudéssemos dizê-la forte.
Lembramos, no entanto, como de modo inesquecível, da casa da Família Real, transformada em museu. Lá são vistos os pertences familiares. O berço da princesa Isabel, onde a mesma dormiu até a idade de 9 anos, a coroa de Dom Pedro; cadeiras, tronos, cetros. Enfim, tudo se torna ainda mais vistoso, através do grande brilho do piso, uma vez que todas pessoas que visitam-no recobrem os seus sapatos com enormes chinelos de flanela. Este fato, tem um toque ao mesmo tempo ridículo e gracioso. Pois os visitantes praticamente não andam, mas patinam pelos imensos salões do velho casarão, da família imperial.
Daquela época, mais um fato nos deixou perplexos.
Pois, no momento, a saúde das pessoas nem sempre constitui preocupação, quando, naquele tempo, decorridas mais de três décadas, lá em Petrópolis, organismos oficiais, ligados à saúde pública, já cogitavam da defesa sanitária das pessoas.
Moço ainda tivemos uma aventura amorosa. Lembramos que a pessoa que se propôs a ser nossa companheira, por alguns momentos, se encontrava em prantos. As casas de prostituição daquela cidade tinham visita médica obrigatória, semanalmente. Os profissionais, por vezes, não eram necessariamente delicados com as mulheres examinadas. Desse encontro, tivemos conhecimento do fato, que acabamos de narrar.
Logo após, deixamos a cidade que fica no topo da serra, retornamos à grande metrópole do Rio de Janeiro, que mais uma vez, nos recebia. Em seu rosário de luz.

Fazenda Campo Alegre - abril/1980.

Lucilo Constant Fonseca.



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