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Contos-->A CIDADE DE GOIÁS -- 28/11/2002 - 11:10 (Lucilo Constant Fonseca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A CIDADE DE GOIÁS


Antiga capital do Estado representa hoje, assim como aconteceu por todos os tempos de sua própria história, uma cidade carregada de um magnetismo forte, atraente e irresistível. Quem a conhece, faz de seu coração um sacrário. Marca, em sua lembrança, um pensamento ligado a vestuta urbe, que tem o dom de sensibilizar as pessoas, com sua perene recordação.
Em seus muros e em seus casarões antigos, muitos deles internamente remodelados, e suas ruas pavimentadas com enormes pedras irregulares, a cidade mantém um presente, com as marcas indeléveis do passado. O centro, atualmente, bem urbanizado, marca a presença do progresso. As suas Ruas, becos e largos da periferia, tem a carga fluídica do passado. Impossível deixar de lembrar os nomes das vias e praças, na cognominação dada pelo povo. De lembrança, estão ai, Rua do Carmo, D’Abadia, Largo da Força, Beco do Cotovelo, Rua D’água, da Pedra, Nova e do Liceu.
Da antiga Capital, poucos quilômetros antes da gente adentrar-se a ela, a vista de quem está à pequena distância, do arraial de Areais, tende-se a dirigi-la à esquerda. De onde se vê vales sucessivos e profundos. E do modo marcante, a beleza inesquecível do contra-forte do Serra Dourada. As nuances policromáticas, são o ponto alto da admiração de todos. A intercalação de luz e sombra, da cor esmeraldina das matas, ao cinza escuro dos penedos alcantilados, provoca o embevecimento, pela beleza grandiosa e ímpar. O encontro com a cidade, se dá no sussurro das águas do Rio Vermelho.
Ao rever as pessoas conhecidas e amigas, nossos sentimentos se amainam, com a cortesia de todos. Estabelece-se ai um calor humano que, jamais pode ser olvidado. Os afazeres da população, parecem não prejudicar a boa convivência. Sempre há lugar para um bate papo, informal e amistoso. A cidade parece carregar consigo a presença de um passado remoto. Época em que, grande número das moradias, tinha em seus salões a presença constante do piano. A aristocracia e cultura do povo se generalizavam.
A alegria e faceirice de lindas moças eram uma ocorrência natural de sua vida citadina. A postura fidalga das pessoas idosas se impunha.
Os domingos e dias festivos davam à cidade mostra da religiosidade de seu povo; inúmeras igrejas se tornavam repletas de pessoas contritas. A civilidade da gente vilaboense se revelava pelo grande gosto à música. A praça principal, com seu Coreto, lotava com presença de jovens namorados. A Cidade de Goiás não é isto apenas. É um lugar de recordação e tradição. O arraial de Santana, mais tarde Vila Boa de Goiás, simbolizado na Cruz do Anhanguera, deu lugar para se fazer o centro cultural de um povo. Grandes vultos, surgiram no correr de sua história: - Insignes jurisconsultos, filólogos, políticos, militares e poetas; destes, o mais famoso foi José Bonifácio de Siqueira, autor de “Noites Goianas”; ainda literatos e pintores.
Somos obrigados a reconhecer que a antiga Cidade de Goiás foi a escola preparatória para a formação dos homens, que deveriam dar o destino ao Estado.
Goiânia, a nova capital, nasceu e cresceu sob a égide ditada pela vestuta cidade de Vila Boa. Quem teve o feliz momento de ler uma das obras de um autor de contos regionais, do nosso Estado; Bernardo de Guimarães, se sente enriquecido no conhecimento da Velha Capital. Quando o citado autor escreveu “O Ermitão do Muquém”.
Esta narrativa, versa sobre um tal mestre Mateus. Que exerceu sua profissão de ferreiro, no Arraial de Santana. Deste conto se depara a briga entre dois jovens valentes, Gonçalo e Reinaldo. Por causa de uma doce donzela, de nome Maria.
Ainda hoje, a poucos quilômetros da cidade, existe um lago, com o nome de “Lagoa Reinaldo”. Neste lugar se deu o encontro fatídico, dos dois referidos mancebos. Vez que ali foi morto um pelo outro, levado por uma grande paixão, pela linda Maria. Gonçalo, após assassinar seu contendor, fugiu às longas paragens do Muquém. Redimindo-se de seu crime, tornou-se um eremita, que na descoberta de uma imagem de Nossa Senhora, veio a dar a tradicional Romaria do Muquém.
Esta estória, não terminou ai. Assim, como nenhuma outra história tem, realmente, um final. Vez que o presente, se encarrega de fazer outras novas.
E assim, como a Cidade de Goiás desempenhou um papel preponderante no passado, o faz no presente. Um outro que merece ser escrito, com letras de ouro, a história da Cidade de tantas recordações, que é Goiás.

Fazenda Campo Alegre - abril/1980.

Lucilo Constant Fonseca



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