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Ensaios-->A Igreja e o mundo -- 29/06/2005 - 15:33 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Igreja e o Mundo – 1ª Parte

por Marcelo Moura Coelho (*) em 17 de maio de 2005

Resumo: A morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI fizeram com que os olhos do mundo inteiro se voltassem para a Igreja Católica.

© 2005 MidiaSemMascara.org


“Afasta-se de mim, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!”

(Mt. 16, 23).

Os acontecimentos do último mês de abril trouxeram os holofotes da imprensa e atenção de milhões de pessoas à Igreja Católica. A morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI fizeram com que os olhos do mundo inteiro se voltassem para a Igreja. De repente, surgiram dezenas de teólogos, especialistas, vaticanistas, vaticanólogos, entre outros. Todos querendo explicar e ensinar ao mundo o que é a Igreja Católica, qual a sua doutrina, quais as mudanças que ela deve realizar, quem seria o novo papa e etc. Isso quando não queriam ensinar tudo isso para a própria Igreja.

Freqüentemente, todos esses tipos citados demonstraram não saber nada sobre a Igreja. Adeptos da Teologia da Libertação voltaram do limbo a que foram confinados por João Paulo II e o então cardeal Joseph Ratzinger, quase que agradecendo a morte do papa polonês, e sugerindo uma volta da finada corrente, que de teológica não tem nada. Jornalistas que sequer são cristãos ficaram ávidos por ensinar o que a Igreja deveria fazer. Em suma: ordenar mulheres, aceitar o casamento entre homossexuais, o aborto, os métodos anticoncepcionais, o divórcio, a eutanásia, acabar com o celibato clerical e “democratizar-se”.

Nesta série de artigos que inicio aqui, pretendo fazer uma breve exposição da posição da Igreja Católica sobre esses pontos. Mas antes, é necessário fazer algumas colocações. Em primeiro lugar, acho sinceramente que aqueles que não são católicos não deveriam exigir mudanças de uma Igreja a que sequer pertencem.

Em segundo lugar, todos esses jornalistas e teólogos progressistas citam, na defesa dos seus pontos de vista, o Concílio Vaticano II, falam de seu “espírito” e etc, quando se percebe que na maioria das vezes essas pessoas sequem leram os documentos conciliares. Ou se leram, interpretam-no muito mal, descartando toda a Tradição anterior, incluído os outros concílios, e dando ao Concílio um verniz esquerdista que só existe na cabeça deles mesmos.

Em terceiro lugar, esses especialistas podem até não concordar, mas a Igreja e seus fiéis consideram que a doutrina católica é uma verdade revelada por Cristo, o Filho de Deus, e não por homens. Logo, não cabe aos homens mudá-la, mas sim cultivá-la. O contrário seria, como está na epígrafe deste artigo, pensar as coisas do homem e não as coisas de Deus. Como bem colocou D. Eugênio Sales, cardeal e arcebispo emérito do Rio de Janeiro:

“A Igreja é uma instituição que deve ser vista e julgada à luz da fé e não do mundo. Ela representa Jesus Cristo e transmite os seus ensinamentos. O Papa João Paulo II foi absolutamente fiel a Deus e à integridade da sua doutrina. A doutrina é de Jesus Cristo e ao Papa cabe apenas gerenciá-la, não modificá-la. O que pode ser modificado é acessório e não essencial. Nós não devemos modificar as coisas que não são nossas, que são de Deus. Nem o Papa fará isso, porque a Igreja é uma instituição criada pelo Espírito Santo”.

Em quarto lugar, eles também não percebem que, ao querer moldar a Igreja de acordo com o pensamento moderno, ou seja, de acordo com seu próprio pensamento, estão apenas repetindo Adão e Eva: estão reivindicando autonomia moral, negando o seu estado de criatura. Em quinto lugar, seria muito bom se, antes de escreveram sobre a Igreja e sua doutrina, que os jornalistas e supostos especialistas se dessem pelo menos o trabalho de consultar o Catecismo da Igreja Católica. Isso evitaria que eles falassem 90% das besteiras que falam.

Nos próximos artigos abordarei as questões mais levantadas pelos jornais desde a morte de João Paulo II, analisando-as sob a luz da doutrina católica, mostrando porque a Igreja não mudará seus ensinamentos em questões como divórcio, aborto, casamento homossexual e outros.

*

A Igreja e o Mundo – 2ª Parte

por Marcelo Moura Coelho (*) em 18 de maio de 2005

Resumo: A posição da Igreja Católica sobre ordenação de mulheres e o casamento entre homossexuais.

© 2005 MidiaSemMascara.org


'Com que freqüência gostaríamos que Deus se mostrasse mais forte, que atacasse decisivamente, derrotando o mal e criando um mundo melhor. Todas as ideologias do poder justificam-se dessa forma exata, justificam a destruição do que quer que fique no caminho do progresso e da libertação da humanidade. Sofremos por conta da paciência de Deus. Mas precisamos de Sua paciência. Deus, que se fez cordeiro, diz a nós que o mundo é salvo pelo Crucificado, não pelos que o crucificaram. O mundo é redimido pela paciência de Deus. É destruído pela impaciência do Homem'.

Papa Bento XVI


Dando início a minha exposição sobre as questões em que a Igreja é mais criticada, neste artigo analiso a ordenação de mulheres e o casamento entre homossexuais.

Ordenação de mulheres: Certa vez, quando perguntando sobre a possibilidade de ocorrer a ordenação de mulheres, João Paulo II respondeu que isso é impossível, visto que não havia mulheres na última ceia. Muitos não entenderam o que o papa quis dizer, como se quais pessoas estavam presente na última ceia fosse uma coisa sem importância. Mas, isso é de suma importância. A Igreja Católica ensina que foi na última ceia que Cristo instituiu o sacerdócio, portanto, como apenas os doze apóstolos estavam presentes, é porque apenas homens podem ser ordenados. Ou como o Catecismo coloca: “O colégio dos bispos, ao qual os presbíteros estão unidos no sacerdócio, torna presente e atualiza, até o retorno de Cristo, o colégio dos doze. A Igreja se reconhece vinculada por essa escolha do próprio Senhor. Por isso, a ordenação de mulheres não é possível” (§ 1577).

Além disso, existe outro motivo para o fato de que é não é possível ordenar mulheres. A Igreja sempre ensinou que homens e mulheres possuem naturezas diferentes e complementares. O sacerdote, em seu serviço eclesial, é o próprio Cristo que está presente a sua Igreja. Ao encarnar Cristo tomou para si uma natureza humana, a masculina. Logo, só é possível àqueles de mesma natureza assumir o Seu lugar no serviço eclesial.

Muitas vezes se argumenta que Cristo só escolheu homens como apóstolos por causa dos costumes da época em que vivia. Quem pensa assim, esquece-se que Cristo elevou o papel das mulheres, quebrando vários costumes da época. Ele conversa publicamente com uma samaritana, deixa uma mulher pecadora se aproximar Dele na casa do fariseu Simão, afirmou a igualdade de direitos entre homens e mulheres no que concerne ao casamento e perdoou à adúltera. Isso sem contar que também tinha um grupo de fiéis seguidores e que sua Mãe Santíssima ocupou um lugar privilegiado na incipiente Igreja.

Nas últimas décadas a Igreja se pronunciou várias vezes sobre o assunto, mas, infelizmente, o mundo não lhe deu ouvidos e continua a pedir a ordenação de mulheres. Talvez por causa disso, o papa João Paulo II decidiu emitir uma proclamação dogmática, tentando encerrar o assunto de maneira definitiva. Pena que os “especialistas” não conhecem esse pronunciamento. Na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis João Paulo II declarou de uma vez por todas que não é possível ordenar mulheres:

“Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cfr. Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.

Portanto, a Igreja nunca ordenará mulheres.

Casamento homossexual: Como está no Gênesis, Deus criou a mulher para ser companheira do homem. As condenações ao homossexualismo são freqüentes no Antigo Testamento. No Novo Testamento, São Paulo também faz essa condenação várias vezes: “Então não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não vos iludas! Nem os impudicos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os injuriosos herdarão o Reino dos Céus”. (1 Cor. 6, 9-10).

Já ouvi algumas pessoas argumentarem que isso é mera opinião pessoal de São Paulo. Tudo o que tenho a dizer a pessoas assim é que, a partir do momento em que elas passaram a decidir o que é certo e o que é errado na Bíblia, elas deixaram de ser cristãs, deixaram de seguir a Deus e passaram a seguir elas próprias. Espero profundamente que percebam o erro em que incorrem e passem a seguir a Deus.

O Catecismo da Igreja ensina também que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados, contrários à lei natural e fecham o ato sexual ao dom da vida, em caso algum podendo ser aprovados.

Portanto, a Igreja nunca realizará o matrimônio entre dois homens ou entre duas mulheres.

*

A Igreja e o Mundo – 3ª Parte

por Marcelo Moura Coelho (*) em 19 de maio de 2005

Resumo: As posições da Igreja em relação ao aborto e divórcio.

© 2005 MidiaSemMascara.org


“Antes era preciso batizar os convertidos. Hoje é necessário converter os batizados”.

Padre Antônio Vieira

Neste artigo, serão analisados o aborto, os métodos anticoncepcionais e o divórcio sob a luz da doutrina católica.

Aborto: A Igreja ensina, baseada na Bíblia (ver Jr. 1,5 e Sl. 139,15 – por exemplo) que a vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Da mesma forma, Ela também ensina que só são consideradas lícitas as intervenções sobre o embrião quando ocorre respeito à vida e à integridade do embrião, não acarretando a ele riscos desproporcionados e visando a melhora de suas condições de saúde. Por fim, é imoral produzir embriões humanos destinados a serem explorados como material biológico disponível (§ 2274).

Sua Santidade Bento XVI, no livro “Sal da Terra”, que na verdade é uma longa entrevista, publicada em 1997, afirma que a criança, mesmo no ventre materno, é um ser distinto da mãe devendo, portanto, ser tratado como um ser humano. Obviamente isso inclui o seu direito à vida.

É importante pontuar que a cooperação formal para um aborto é sancionada com uma pena canônica de excomunhão latae sententiae, o que o grupo “Católicas pelo direito de decidir” (que de católicas não têm nada) finge não saber.

Portanto, a Igreja nunca aceitará o aborto, clonagem de embriões, pesquisa de células-tronco em embriões ou coisas do tipo.

Métodos Anticoncepcionais: A Igreja ensina que o sexo possui dois fins, o reprodutivo e o unitivo. O primeiro significa que o sexo deve estar aberto à procriação. O segundo que o sexo serve também para unir o casal.

Claro que o grande motivo da controvérsia se encontra no primeiro fim citado. Como Bento XVI lembrou no livro já citado, ocorre no mundo de hoje uma separação entre sexualidade e procriação de maneira como nunca antes foi vista, o que, segundo ele, torna mais importante que a Igreja enfatize a conexão entre os dois.

Sua Santidade lembra ainda que uma diferença fundamental no mundo de hoje é que, ao contrário do que acontecia antigamente, quando uma gravidez, uma criança era considerada uma benção, atualmente, uma criança é considerada quase uma ameaça. Uma ameaça ao padrão de vida dos pais, a sua liberdade e etc.

A Igreja aceita apenas os métodos naturais. Aliás, deve-se enfatizar que na verdade não chega a ser aceitação, mas sim tolerância, porque, obviamente, um casal que opte por nunca ter filhos utilizando métodos naturais está tão errado quanto outro que utilize os outros tipos de métodos.

Portanto, como a utilização de métodos anticoncepcionais separa a sexualidade da procriação, a Igreja não deve mudar sua posição.

Divórcio: O Casamento é um dos sete sacramentos da Igreja Católica (os outros seis são: batismo, crisma, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, e a ordem). À semelhança do batismo, da crisma e da ordenação, o matrimônio é um sacramento que só pode ser realizado validamente uma única vez.

A questão do divórcio na verdade é bastante simples, pois as palavras de Cristo sobre isso são bem claras: “Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher e os dois serão uma só carne? De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar” (Mt. 19, 4-6). E ainda: “Todo aquele que repudiar a sua mulher e desposar outra, comete adultério contra a primeira; e se essa repudiar o seu marido e desposar outro, comete adultério” (Mc. 10, 11-12).

Ora, como pode a Igreja revogar as palavras Daquele que a criou? Se assim fizesse, não seria mais a Igreja de Cristo.

Existem, porém, casos em que a coabitação matrimonial se torna praticamente impossível, como coloca o Catecismo. Nestes casos, a Igreja permite a separação física do casal e o fim da coabitação. Mas o casal não deixa de ser marido e mulher diante de Deus não podendo, portanto, contrair novo matrimônio.

Portanto, dado a claridade das palavras de Cristo, a Igreja não aceitará o divórcio de pessoas que, validamente, tenham contraído matrimônio.

*

A Igreja e o Mundo – Final

por Marcelo Moura Coelho (*) em 20 de maio de 2005

Resumo: Quando não apenas rechaçam, mas também desejam abolir ensinamentos milenares como os da Igreja, as pessoas simplesmente demonstram não suportar quem as contradiga.

© 2005 MidiaSemMascara.org


“Se alguém me ama, guardará as minhas palavras e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada”

(Jo. 14,23).

Finalizando a série de artigos que escrevi sobre a posição da Igreja em assuntos que o mundo considera polêmico, neste artigo analisarei a eutanásia, o celibato clerical e a democratização da Igreja.

Eutanásia: Por fim à vida de pessoas doentes, deficientes ou moribundas é moralmente inadmissível, ensina a Igreja. O falecido João Paulo, o Grande, disse poucas semanas antes de morrer que: “nestes momentos se está estendendo um conceito diferente de qualidade devida, redutor e seletivo, que consiste na capacidade para desfrutar e experimentar prazer, ou na capacidade de autoconsciência e de participação na vida social'. E mais do que falar, o papa prestou um testemunho de suas palavras.

Esse conceito descarta todo e qualquer tipo de sofrimento que o ser humano possa passar. Para não falar que isso é uma infantilização do ser humano, que, segundo esse conceito, ao passar por momentos de grave sofrimento deve mesmo é tirar a própria vida, achar que a Igreja vá aceitar isso, também é achar que ele vai ir contra as palavras de Cristo, seu fundador: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois aquele que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas o que perder sua vida por causa de mim vai encontrá-la. De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida? Ou que poderá o homem dar em troca de sua vida?” (Mt. 16, 24-26).

O mundo parece querer que a Igreja ensine algo assim: “Se alguém quer vir após Cristo, não precisa fazer nada, nenhum tipo de esforço pessoal. Cristo vai salvá-los independente do que fizerem, pensarem ou deixarem de fazer ou pensar”. Tenho uma novidade para os que pensam assim: isso nunca vai acontecer.

Portanto, a Igreja também não aceitará a eutanásia.

Celibato Clerical: O celibato clerical não é dogma e pode ser mudado, mas se isso ocorrer, o que eu duvido, provavelmente a Igreja Católica deve adotar a regra que impera entre os cristãos ortodoxos: a ordenação fixa o sacerdote no estado em que está; se casado, fica casado, se solteiro, fica solteiro. E só podem ser sagrados bispos aqueles que não são casados.

Por que existe o celibato clerical? Desde o início do cristianismo, manter a castidade pelo Reino dos Céus foi considerado melhor do que se casar. Em uma de suas epístolas São Paulo afirma claramente que melhor que se casar, é manter a castidade pelo Reino dos Céus. E por quê? Porque quem mantém a castidade por esse motivo, renuncia ao grande bem do matrimônio para ocupar-se unicamente das coisas do Senhor, como diz o Catecismo. Esse pensamento não surgiu sem razão, mas por causa das palavras de Cristo:

“Há eunucos que nasceram assim do ventre materno. Há eunucos que foram feitos eunucos pelos homens. E há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem tiver capacidade para compreender, compreenda!” (Mt. 19, 12).

Bento XVI, em “O Sal da terra”, afirma que o celibato clerical não existe apenas para que os sacerdotes não tenham que lidar com os afazeres da família, tendo menos tempo para cuidar dos fiéis. O principal, diz o Santo Padre, é que o sacerdote coloca toda sua vida nas mãos de Deus, renunciando justamente àquilo que normalmente traz realização humana.

Portanto, apesar de não ser dogma, dificilmente o celibato clerical será extinto. E se houver mudanças, provavelmente a Igreja Católica adotará uma regra igual àquele adotada pelos cristãos ortodoxos.

Democratização da Igreja: Existem alguns movimentos, inclusive dentro da própria Igreja Católica, que pedem sua democratização. Alguns grupos de católicos progressistas utilizam a expressão “Povo de Deus” interpretando-o de maneira democrática, como se todo o poder da Igreja emanasse do povo.

Outra novidade para os que pensam assim: o poder da Igreja não emana do povo, mas sim de Deus. A Igreja considera a si mesma como portadora e guardiã de uma verdade divina, revelada pelo próprio Filho de Deus. Sendo assim, não cabe a nenhum homem alterá-la.

Dessa forma, o Catecismo, os mandamentos, o Código de Direito Canônico, a Tradição e teologia católica nunca serão decididas por meio de um parlamento, de votação popular, plebiscito, referendo ou qualquer coisa parecida.

Repito: quem pensa em democratizar a Igreja nesse sentido está apenas tirando Deus do centro da existência e colocando a si próprio, renegando sua condição de criatura. Ou seja, não há absolutamente nada de novo nisso, em que pese o fato de que os que pensam assim acham que estão revolucionando a Igreja.

Isso sem contar que, tornar-se a favor de tudo isso que eu abordei nos artigos não é garantia de mais fiéis. A Igreja Anglicana permite casamentos entre homossexuais, divórcios e ordena mulheres, mas vem perdendo fiéis de maneira bem mais rápida que a Igreja Católica. E muitos desses fiéis anglicanos, aliás, não apenas fiéis, como sacerdotes também, têm se tornado católicos justamente por ver que ao contrário da igreja deles, a Igreja Católica ainda mantém os ensinamentos de Cristo.

Todas essas mudanças que o mundo quer realizar na Igreja só mostra a decadência a que nós chegamos, a tragédia em que nos encontramos. Rechaçar os ensinamentos da Igreja não chega a ser novidade, mas quando se nota que a maioria das pessoas não apenas está rechaçando esses ensinamentos, como também quer aboli-los, o que mostra que as pessoas não suportam quem as contradiga, é porque o fundo do poço está cada vez mais próximo.

Para os que acham que a Igreja se opõe ao moderno por defender costumes antigos, pego emprestada uma frase de meu amigo Cláudio Peixoto: “A doutrina católica não se opõe ao moderno em nome do arcaico, mas do eterno.”


(*) O autor é Bacharel em Direito e membro do Instituto Liberal de Brasília.




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