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Contos-->A BENZEDEIRA -- 28/11/2002 - 13:41 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dentre as várias crendices do povo destaca-se, de forma relevante, aquela que diz respeito à benzedeira. Quanto mais inculto o indivíduo maior a sua confiança no papel exercido pela benzedeira, notadamente quando diante dos tormentos provocados por alguma doença quer seja física ou mental. Trata-se de uma pessoa muito querida e sobretudo respeitada nas pequenas comunidades da zona rural, onde a falta de médico leva os indivíduos que por lá residem a se valer dos seus préstimos nos momentos aflitivos.
Se não bastasse a crença na sua capacidade de curar males os mais diversos acrescente-se, sobremodo, naqueles indivíduos uma fé inquebrantável na obtenção de verdadeiros milagres. Desse modo, inúmeros são os relatos de fatos dessa natureza, os quais representam para a maioria das pessoas algo de sobrenatural; algo milagroso.
Biu de Anastácia, homem pacato, trabalhador, morador há anos numa gleba de terra próxima a um pequeno povoado na zona rural, carpinteiro de profissão, o qual era bastante solicitado pelos seus serviços onde quer que deles houvesse necessidade.
Numa dessas ocasiões, mal o dia havia clareado, lá se ia Biu de Anastácia escanchado na sua burra, munido dos apetrechos pertinentes ao seu ofício de carpinteiro para concluir um trabalho iniciado quando, de repente, fora acometido por uma forte dor de dente. A princípio teve por ímpeto voltar para casa mas, dada a extrema necessidade de concluir um trabalho que iniciara há dias, resolveu continuar a caminhada na esperança de que aquela dor que o acometera desapareceria num curto espaço de tempo. Ledo engano; à medida que avançava pelo caminho escanchado no lombo do animal, a dor ia aumentando de intensidade, deixando-o transtornado.
Naquele momento crucial lembrara-se que logo mais adiante morava Mãe Gasparina, mulher de idade avançada e bastante conhecida como benzedeira, cuja fama se estendia por léguas afora. Assim, ao se aproximar de um casebre situado às margens da estrada, avista a figura de Mãe Gasparina sentada num tosco banco de madeira pitanto o seu inseparável cachimbo. Sem maior delonga, ainda sobre o lombo do animal e sem esconder a sua imensa aflição, relata à velhinha o seu infortúnio no que é prontamente atendido. Mãe Gasparina tendo numa das mãos um galho de arruda e na outra um de pião roxo, antes de iniciar o seu trabalho, lhe pergunta se desejava apenas que a dor desaparecesse ou se queria que o malfadado dente caísse. Prontamente ele lhe responde, sem titubear, que gostaria de se ver livre do infeliz daquele dente, uma vez quqe desse modo o problema estaria sanado de uma vez por todas. À medida que prosseguia na benzedura, balbuciando palavras ininteligíveis, a dor que o havia transtornado ia paulatinamente desaparecendo, até cessar por completo.
Apesar da sua crendice, Biu de Anastácia completamente livre da dor que o afligira, ao cuspir é surpreendido pela queda do referido dente em consonância com o que lhe prometera a benzedeira. Sem esconder o seu contentamento, afiança-lhe que logo mais quando do seu regresso pagaria regiamente pelo benefício que lhe fora dispensado.
Reiniciando a sua caminhada e livre do desconforto que lhe assomara, chega ao local desejado transbordando de felicidade. Ao desmontar do animal e para a sua grande surpresa, constata que todos os dentes da burra haviam caído da mesma forma que o seu. Perplexo diante da inusitada ocorrência, maior não poderia ser o seu espanto ao verificar que os dentes do serrote haviam desaparecido, deixando imprestável aquela sua ferramenta de trabalho.
Ressalte-se, de antemão, que o fato acima referido ganhou asas por toda aquela região sendo do conhecimento de todos como a pura expressão da verdade.
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