Tremo, sinto-me em plena aceleração. Que sentimento desconhecido é esse a me confundir e aterrorizar? Sinto-me indefesa e desamparada. Tenho medo, não sei do quê.
Em meio ao alvoroço dos pensamentos ocorre-me deva ser esta a sensação do viciado mal refeito do êxtase, que deseja mais, cada vez mais. Isto me assusta e apavora pois reconheço em mim a drogada, precisando a todo custo abastecer o organismo para me satisfazer. Não dá mais para disfarçar. Todos já notam meu olhar perdido e brilhante, espelho da volúpia que me assalta. Ignoro se me dirigem a palavra. Minha fala é arrastada, mal consigo formular um pensamento não seja ele o de te ver. Possuir-te por qualquer via, receber-te em meu àmago, me tornar um pedaço de ti.
És minha droga maldita, que me vicia e corrompe; torna-me falsa e desavergonhada. E daí? Perdoa-me o sacrilégio. Na verdade representas a magia da vida, o gozo múltiplo, ininterrupto, a idealização de todos sonhos e ilusões. O império do prazer. Em sendo assim te reverencio, me humilho e abaixo a cabeça. Para mim só podes ser Deus!
15/07/02
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