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Artigos-->Violência II -- 26/02/2002 - 16:20 (Carlos Delphim Nogueira da Gama Neto.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Violência II





Basta parar em um ponto onde haja estrangulamento do trânsito de veículos, em horário de ida para o trabalho, e observar os atos e os aspectos fisionômicos da violência latente - a cada dia mais - no ser humano citadino.

Ontem, pouco antes de oito horas, tentava eu atravessar a Avenida Bernardino de Campos, na altura da Rua Adolfo Assis; impossível!

O trânsito intenso e o desespero dos motoristas era algo insuspeitável.

Vindo da transversal, uma perua nova, um motorista jovem, mas com ares de quem ia para a forca. Na ânsia de não perder tempo, sem esperar por uma oportunidade, entrou na via principal, com tal fúria e desespero que "mordeu" - deve ter inutilizado- o pneu de encontro ao meio-fio.

Em seguida, em um veículo do mesmo tipo do anterior, uma jovem gesticulava e movia a boca como se estivesse acompanhada; estava só, com seu mau humor e o dia nem bem começava. O veículo que ia à sua frente impedia que ela avançasse uns poucos metros mais. Apenas o que seria possível naquela veloz fila indiana. Na feroz tentativa de ultrapassar, pela direita o veículo à sua frente, atingiu- como fizera o rapaz minutos antes - o meio fio.

Muito pouco do que se vê, se lê ou se ouve; suscita imagens pacíficas ou caminhadas tranqüilas.

As pessoas são orientadas, "educadas”, instruídas para obter. É a sobreposição do ter sobre o ser.

Na maioria das vezes, os exemplos - sobre os meios ou sobre os caminhos do ter - não são os mais dignos. E, muitas vezes começam em casa; continuam na escola; são mostrados nos meios de comunicação e, quantas vezes, são também observados nos atos dos homens públicos (impunes).

Pais ricos - crianças mal amadas, condescendência, comodismo paterno, entregam-nos desde cedo aos cuidados de terceiros. Têm tudo o que poderiam almejar - de material - mas querem mais. É a única maneira que encontram de mostrarem-se maiores, suplantarem os pais - de quem não gostam e contra quem se revoltam - por terem sido preteridos pelo ter dos pais.

Filhos ricos - com os desmandos acobertados pelos pais; arrastando pelas ruas - amarrada atrás de uma perua - uma jovem prostituta esfacelada; atropelando com seu iate - decepando a perna - a um jovem esportista. E, ficam impunes. (As leis não funcionam nos mesmos moldes para ricos e pobres).

Pais pobres - filhos feitos aos magotes, sinal de machismo, como se o ato o fosse; principalmente uma vez ao ano. Alcoólatras - pela desesperança -, desempregados ou sub, mal remunerados, esfaimados, desacoroçoados, entregues...

Filhos pobres - desamados, revoltados, esfaimados, abusados e usados; nada a divisar, sequer o horizonte...

Na cidade - tudo é violência - o amolador (de tesouras), pela manhã já amola. O caminhão do gás e sua musiqueta, em tom mais que audível, é de encher o bujão.

Na mídia - São raptos, são crimes de toda a ordem ou são assaltos oficiais e oficiosos.

Quando você percebe, já azedou e a propensão ao crime, estatisticamente, já aumentou.



Carlos Gama. www.suacara.com

12/5/99.



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