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Contos-->Quando o amor não escolhe lugar -- 30/11/2002 - 18:15 (DENIS RAFAEL ALBACH) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando o amor não escolhe lugar

Difícil entender a vida , pensava Eduardo na porta do altar, que da vida nada se escolhe,nada se prevê. A mulher com quem casaria estaria no outro andar da igreja, sozinha,certamente.Os olhares de seus parentes corriam em sua direção.Mas pouco importava para ele as reações. As palavras da musica que eles cantavam juntos vinha mexer na sua mente: “Jogue suas mãos para o céu, agradeça se acaso tiver alguém que você gostaria que estivesse sempre com você, na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sape”. Era difícil entender a vida,o motivo do amor ter vindo daquela forma.
Fazia um ano que se deu o inicio daquele namoro. Ele não a conhecia, nem ela o tinha visto antes. Na praça principal da avenida em que ele morava foi que ela o encontrou pela primeira vez.Era um homem normal, sofisticado, de bom porte, elegante, rico. Mas como João Pedro poderia conquista-lo se ele era homem também? Só haveria um jeito de se aproximar, foi quando João Pedro pensou:
- Terei que disfarçar que sou uma mulher. Terei de ser uma travesti, tornar-me mulher para que se case comigo.
Duas semanas João Pedro já era ela.Uma linda mulher com seus cabelos compridos, vestidos sensuais.Depilado.Seios falsos e maquiagens que disfarçariam sua masculinidade. Não foi nada difícil entrar no caminho de Eduardo, o homem que ela tinha desejado. O moço rico,talvez ingênuo, tinha caído no golpe da falsa princesa.
- Ele é um homem muito bonito, rico, tem muitos apartamentos, muito dinheiro, carros de luxo e tão logo vai se casar comigo.
A primeira coisa que Eduardo achou estranho, mas interessante também. é que sua noiva, que se chamava agora Ana Paula, negara fazer amor antes do casamento e ir a motéis para passar momentos íntimos. A resistência da moça, fez com que Eduardo se interessasse ainda mais por ela, por ter dito que era virgem e intocada por qualquer homem.
A família dele achava estranho o comportamento da moça. Eles viam alguma coisa que o próprio Eduardo se recusara a ver. Mas a seqüência dos preparatórios para o dia do casamento corria a mil.
Ana Paula, mostrando-se ambiciosa, no começo pediu presentes, jóias caras, viagens a lugares longes, e todos seus pedidos foram sendo concedidos. Viveria com Eduardo uma vida de rainha. Mas a partir dos seis primeiros toda aquela ambição diminuiu. O interesse de dar um golpe não estava mais nos seus planos. Escondido no seu canto, certa vez, João Pedro chegou a lamentar:
- Meu Deus, o que acontece comigo? Estou gostando de um homem de uma forma diferente. É um tipo de paixão...
O dia do casamento chegou,mas ali ficaria seu medo. A música da chegada da noiva tocou ate o final. Ele ia dizer sim depois que ela disse também. Mas a mãe do noivo se manifestou. Trouxe documentos, testemunhas vivas que sabiam da verdadeira situação sobre João Pedro. Arrancaram-lhe as vestes, a peruca e mostraram os seios falsos. A igreja toda se espantou. Eduardo olhou Ana Paula voltando a ser homem. A última palavra dela foi que tinha se apaixonado.
Ele tinha aquela certeza, que a vida é difícil de se entender. João Pedro estava no andar de cima da igreja quando Eduardo entrou e foi trocar algumas palavras:
- Não me importa nada o que os outros carregam em seu coração. Durante este tempo todo não gostei de sua aparência somente, mas do seu interior. Você não é homem nem mulher, isso não vale mais. Decidi que quero que sejas meu destino, pois durante todo tempo descobri que o amor não escolhe lugar.
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