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Poesias-->Respiração inaudível -- 07/02/2003 - 10:14 (joão manuel vilela rasteiro) |
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Sem movimento a terra suspira
no espaço geométrico do deslumbramento
sombras de figuras idênticas
no seu silêncio às golfadas
com os sentidos invisíveis
na palavra do corpo
como se fossem segredos de pássaros e chuva
incendiando a pele e a saudade
atrás das vozes do poema,´
todo o rumor que em nós se abre
que se levanta de si mesmo
devorando-se no cio e nas árvores
e quando as aves partirem
nesse momento de paixão
um ramo de árvore abraça o mundo
embora seja proibido reproduzir lágrimas
para aquele que nunca as procurou,
porque todo o corpo entre a água e a pedra
é um animal extremamente volátil
onde se afunda a boca
e sobe vertiginosamente pelas têmporas
com pequenos passos
que abrem indiferentes o seu próprio caminho
nas frontes que persistem
como um relâmpago sem palavras
por onde corresse o sangue das feridas,
porque a terra se veste com o corpo
para renovar a ânfora dos sonhos
que arrasta o exílio de lugar em lugar.
in,inédito - 2002 |
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