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Ensaios-->Preconceito Linguistico -- 08/10/2005 - 18:48 (H.R. Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desmistificando a língua portuguesa
(Sobre o livro “Preconceito Lingüístico”)

Inquietante, perturbador, corajoso, essas são algumas das definições que se pode dar do livro “Preconceito Lingüístico: o que é? como se faz? do mestre em lingüística e doutor em língua portuguesa pela Universidade de São Paulo, Marcos Bagno e que já está na sua 8ª edição pela editora Loyola.
Nesse fantástico livro, o lingüista aborda e explica, como o próprio nome da obra deixa transparecer, os preconceitos lingüísticos existentes no Brasil em todas as suas formas e faz uma separação desses preconceitos em mitos, criando uma “mitologia do preconceito lingüístico”, que o leitor é convidado a conhecer.
Bagno faz essa separação dos preconceitos em exatos oito mitos, que desmistificam “velhas opiniões conservadoras e falsas da língua portuguesa”. Por exemplo, a idéia de que existe uma total unidade da língua portuguesa falada no Brasil é falsa, pois a imensidão das terras brasileiras, sua grandiosa população, suas diferentes culturas e seu grau de desenvolvimento causam variações no português falado nas diversas regiões do país. “Brasileiro não sabe português” é outro mito segundo Bagno. Se um bebê de três anos e um analfabeto conseguem se comunicar com um diplomata, como eles não sabem o português? “o que ocorre é uma confusão entre gramática normativa e língua portuguesa, gerada pelo ensino tradicionalista conservador”, diz o autor. O lingüista ainda afirma que o mito de que “Português é a língua mais difícil do mundo” também está agregado do ensino tradicional e da gramática normativa. O autor passeia por outros mitos como: “As pessoas sem instrução falam errado”, “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é no Maranhão”, “O certo é falar assim porque se escreve assim”, “É preciso saber gramática para falar e escrever bem” e “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”.
Marcos Bagno também traça em seu livro uma espécie de círculo vicioso, sustentáculo desses preconceitos, que compreende o falho ensino tradicional, a gramática tradicional e os livros didáticos.
A certa altura do livro, Bagno ataca alguns “defensores intransigentes da gramática normativa e do ensino tradicionalista”de forma agressiva mas engraçada, usando as palavras desses gramáticos irredutíveis contra eles próprios.
O livro é interessantíssimo, engraçado, de leitura fácil e prende a atenção do leitor do começo ao fim, agradando tanto as pessoas ligadas as Letras quanto aquelas ligadas a outras áreas.
Numa atitude em que o autor mesmo define como corajosa, Bagno propõe um esforço coletivo de professores e alunos para que se faça uma “guerrilha saudável” contra o modo de ensino atual da língua portuguesa, para que se diminua em grande parte o preconceito lingüístico existente no Brasil e para que as pessoas tenham amor pela sua língua materna e não a encarem como um bicho de sete cabeças.
Marcos bagno aponta os problemas e mostra as possíveis soluções. É um livro realmente inquietante, cutuca o buraco das cobras (entenda cobras como os “defensores ferrenhos da gramática normativa”). Sem dúvida é uma ótima leitura, gostosa, descomplicada, bem ao estilo dos lingüistas.
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