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Ensaios-->A inexistência absoluta -- 28/10/2005 - 11:27 (Evandro Carvalho da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“O Eu não sobrevive sem o Tu”. Este raciocínio é de Martin Buber, pensador do Século XX que entendia a comunicação como algo fundamental para a sobrevivência do indivíduo compreendido num contexto de civilização. O homem é por si só uma complexa cadeia de influências de seus pares, resultante de contribuições de processos socializantes que propiciam as condições necessárias para que este atue em sua contextualização de seu meio. Observa-se a aniquilação da identidade enquanto de natureza individualizante, esta é substituída pelo imaginário coletivo. O indivíduo se faz indivíduo consoante com o reconhecimento de suas relações interpessoais, ele só é pelo que o outro o entende ou identifica. Enquanto útil e capaz, o homem ratifica sua existência, mediante os interesses do outro. A sociedade contemporânea alimenta-se do mozaico de espelhos que permite o sustento de suas estruturas. Sem o reflexo dos espelhos (a construção do indivíduo perante o outro) as civilizações atuais não seriam de tal forma concebidas, não seriam forjadas pelo caráter arbitrário de um coeficiente (o capital), não se processariam como uma fonte de auto-alimentação. O contexto em voga não converge na existência do indivíduo, mas na usurpação da individualidade.
A compreensão do humanismo e das humanidades esta ligado obrigatóriamente com o conceito arbitrário de civilização, depende esta compreensão de sua própria consciência de submissão ao interacionismo ou processos similares que consolidem a civilização. Diante de tal condição, pode-se indagar o conceito atribuído ao humano. Decididamente sua existência depende da existência de outrem, portanto humano é um conceito por outro humano atribuído, relação alicerce das civilações. Despojado dos conceitos que o vestem, seria o humano ser constituido pela natureza e por processos biologizantes, atingindo um estado selvagem e purista. Bruto em sua existência, o novo humano buscaria suas origens e inteligências em labirintos insondáveis do pensamento sem raciocínio, sem a influência arbritária da civilação, sem o viés de natureza construtiva da razão. Por outro aspecto, desprovido de seu par, este novo homem buscaria de maneira inconsciente sua destruição, perdido num universo individiualizante e selvagem.
Relação paradoxal é exercida pela razão. Por um lado, exerce controle da civilização; por outro, coibe a originalidade a autenticidade do pensamento. A razão condiciona o pensamento às arbitrariedades da civilização, excluindo o caráter individual das manifestações do pensamento. Há de se considerar que a razão, em contrapartida, sistematiza os processos civilizatórios, dando condições biologizantes de sobrevivência do “indivíduo”. Ser coletivo, estaria o velho homem morto em suas relações interpessoais. Ser único, estaria o novo homem morto na busca destrutiva de seu primitivismo no pensamento. Resta a conclusão de que a racionalidade condenou o homem à morte, esteja ele preso no cárcere da civilização, esteja ele fugindo para seus abismos destrutivos. A existência imanente nunca existiu diante de tais condições.
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