174 usuários online |
| |
|
Poesias-->Restos -- 03/01/2000 - 23:06 (José Reynaldo Galasso) |
|
|
| |
Vivi a depurar enganos
a aceitar inaceitáveis anos
branquear cabelos, pesar a testa.
Do tempo que Deus me deu
quanto tempo, meu Deus,
ainda me resta?
Vi as luzes e os sons distantes
do baile dos debutantes
mas não entrei na alegre festa.
Agora que já me cansa
uma pequena e suave dança
que passo resta?
Falei de sul e de norte
brisa fraca e vento forte
de outras terras e também desta.
Entre tantos pontos cardeais
após tantas dores e tantos ais
qual ainda me resta?
Cantei o pôr do sol,
a manhã dourada, o arrebol,
a noite, a madrugada, a sesta.
De todos os momentos da vida
de chegadas e de partidas
qual me resta?
Às dúvidas acumuladas
nas frias e solitárias madrugadas
acrescento mais esta:
valerá ainda a pena
a minha alma tão pequena
a vida que lhe resta?
BSB141099
|
|