Usina de Letras
Usina de Letras
147 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62182 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O PORTUGUÊS -- 03/12/2002 - 14:42 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há alguns anos atrás chegara ao Recife, proveniente de Portugal, uma rapaz que viera tentar a vida, iniciando as suas atividades profissionais como balconista numa casa de ferragens de propriedade de um tio já idoso, irmão do seu falecido pai.
Após longos anos de trabalho árduo e demonstrando grande tendência para o comércio, com o desaparecimento do tio, Manoel tornara-se seu único herdeiro já que o tio, além de viúvo não possuia filhos. Como resultado, Manoel transformara-se num homem próspero, rico mesmo, tendo conseguido construir uma fortuna considerável.
Casado com uma bonita mulata, de corpo bem feito e de uma alegria contagiante, tivera com a mesma três filhas também de rara beleza, sem dúvida, como resultado da miscigenação das raças. Era a família, portanto, razão da sua imensa felicidade. Ainda quando as meninas pequenas, adquirira um lote de terreno que ocupava toda uma quadra, localizado num aprazível bairro de classe alta, onde mandara construir uma verdadeira mansão. Inúmeros quartos, salões de festa, quadras de esportes, jardins de inverno e verão, além de uma sofisticada piscina. Ao redor, destacava-se um muro de aproximadamente três metros de altura, no sentido de que a privacidade da família fosse mantida. Assemelhava-se a uma verdadeira fortaleza.
À medida que as meninas cresceram, recebendo uma educação de alto padrão e possuidoras de incontestável beleza, tinham por hábito banharem-se na piscina portando sumaríssimo biquini. Após algumas braçadas n água, deitavam-se numa confortável cadeira à borda da piscina, muitas vezes sem a parte superior do biquini, aproveitando as delícias dos raios do sol. Tudo na maior discrição; longe dos olhares das pessoas estranhas.
Num determinado dia, Manoel já no interior do seu automóvel importado sob a direção de um motorista bastante antigo a serviço da família, ao ultrapassar o portão e, olhando de relance para o muro, é surpreendido pelo que acabara de observar. Alguém, como um verdadeiro vândalo, escrevera sobre o muro branco com tinta preta e em letras garrafais: " BUCETA".
O português, sem conseguir disfarçar a sua irritação, manda chamar os empregados da casa ordenando-lhes que providenciassem, de imediato, a limpeza daquela obscenidade. Sem demora, os serviçais removeram tudo que havia sido escrito e, repintando o muro, deixaram tudo como dantes. À noite, ao regressar do trabalho, vendo que tudo havia sido feito como ordenara, comenta com a mulher sem que as filhas se apercebessem do fato.
Passados alguns dias, eis que o desconhecido repetira a indesejável façanha. Lá estava novamente escrito "BUCETA". Órdens no mesmo sentido da anterior foram dadas e cumpridas pelos empregados. Acontece que para sua profunda decepção, o fato foi se repetindo com maior frequência a ponto de quase levar-lhe à loucura. Foi então, naquelas alturas dos acontecimentos, que ele resolveu pela derrubada do muro, substituindo-o por uma grade de ferro. Porem Manoel não contava com um novo problema quando da substituição do referido muro, pois quando as meninas se dirigiam à piscina, como faziam habitualmente dentro daqueles sumaríssimos biquinis e, sobretudo, na hora do banho de sol sem a parte superior dos mesmos expondo-lhes os belíssimos seios, acontecia o mais desagradável. Inúmeros curiosos passavam a observá-las acintosamente através da grade, muitas vezes com piadas deselegantes. Era um constrangimento à toda prova.
Ciente do fato e já decorrido algum tempo da derrubada do muro e sua substituição pela grade de ferro, o português resolveu mandar construir um novo, desta feita ainda mais alto, no sentido de preservar a intimidade das meninas. No dia seguinte, logo cedo, uma equipe de pedreiros iniciara a construção do novo muro e, uma vez terminada a obra já com oreboco pronto para recebaer a pintura, eis que ao se dirigir ao trabalho, Manoel se depara com uma nova inscrição sobre o muro:

" AQUÍ, BREVEMENTE BUCETA "

Desta feita, não suportando mais o terrível desgosto, Manoel fora fulminado por um infarto agudo do miocárdio, falecendo em consequência.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui