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Contos-->O PROFESSOR -- 03/12/2002 - 15:08 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há tempos idos existia numa determinada Faculdade da então Universidade do Recife um professor, cujo conceito deixava muito a desejar. Hoje falecido, que Deus o conserve num bom lugar.
Sem haver se submetido a qualquer concurso para ingressar na mesma, sua nomeação se dera graças à intervenção de um político influente, prática essa muito comum naquela época. Sem a mínima aptidão para o exercício do cargo, jamais havia ministrado uma aula sequer. Sua atuação na disciplina para a qual fora designado consistia, tão somente, na ajuda burocrática que dispensdava ao Professor Catedrático e, quando muito, conduzir até aos alunos a ata de presença a fim de recolher as devidas assinaturas. Era uma figura estranha, de pequena estatura, esquelético, cabeça grande, já gassto pelos anos, tendo o tórax bem maior do que o conjunto de pernas e abdome, fato que lhe emprestara o apelido de "fração imprópria". E, para completar, metido a conquistador. As alunas quando diante de qualquer insinuação levavam-no na pândega; ao ridículo mesmo. O infeliz era um autêntico pateta.
Casado há longos anos, sem filhos, sua mulher era daquele tipo acabrochado, gorda, se parecendo com um paquiderme. Diziam os mais jocosos que a mesma se assemelhava a um pacote contendo dois côcos, uma garrafa de cachaça e uma lata de doce. Além de tudo, mal educada; grossa como papel de embrulhar pregos. Imaginem o destempero. Valente como uma serpente, trazendo o infeliz sob o tacão. Mesmo assim, ele não podia se deparar com um "rabo de saia" que não lhe atirasse alguns galanteios, na tentativa de conquistá-la. Empregadas domésticas, cobradoras de ônibus, feirantes e assemelhadas eram os seus alvos preferidos. Uma vez obtido êxito nas suas conquistas, era como algo a massagear-lhe o ego.
Desde que havia contraído núpcias, residia numa modesta casa situada num subúrbio distante, sendo muito conhecido na comunidade face às suas costumeiras investidas amorosas. Era, mesmo, o terror das mulheres.
Habitualmente, logo de regresso à sua residência, se escondia no interior de um pijama de listras grossas um tanto surrado eplo uso e, após o almoço, se sentava numa cadeira de balanço existente no terraço, tendo sempre um jornal donde se inteirava das mais recentes notícias.
Num determinado dia após o almoço, estando a mulher no desempenho de sua labuta doméstica, o infeliz se encontrava sentado na cadeira no terraço como de costume, ainda a palitar os poucos dentes remanescentes quando, de repente, alguém se achega ao portão e batendo palmas, pergunta se era alí a residência do senhor Fulano de tal. Prontamente, responde-lhe que sim e que o desconhecido estava falando com o próprio. Para sua surpresas, tratava-se de um Oficial de Justiça a conduzir uma intimação da Vara da Família para que o mesmo comparecesse à presença do Senhor juiz ta, no dia aprazado, às tantas horas, no sentido de prestar esclarecimentos no que dizia respeito a uma ação de paternidade impetrada pelo advogado de uma de suas amantes.
Perplexo, já antevendo o constrangimento a que deveria ser submetido perante o titular daquela vara judicial e, o que se prenunciava de mais temeroso ainda, era quando a mulher tomasse conhecimento daquel fato. Assim, no momento em que assinava o protocolo de recebimento, diga-se de passagem, com as mãos bastante trêmulas, eis que suas mulher percebendo algo estranho, surge no terraço, inquirindo-lhe:
-----O que é isso Fulano, do que se trata ?
----- Nada não minha filha ----- responde-lhe, tentando dissimular todo aquele pavor que lhe acometera ----- é o pessoal da paróquia solicitando um auxílio para a festa da padroeira do bairro. Não se preocupe, pois já coloquei o nosso nome para contribuir com uma causa tão justa.
Onde já se viu tamanha cara de pau !
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