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Contos-->BURRA APAIXONADA -- 03/12/2002 - 15:31 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há tempos passados, um fato inusitado ocorrera no sertão da Paraíba, segundo relatos dos mais antigos que residiam por aquelas bandas.
Como a maioria dos rurícolas, residia num pequno sítio nas cercanias de determinada cidadezinha, seu Lotário, preto velho, septuagenário, já um tanto caído pelos anos, o qual ainda trabalhava de sol a sol. Além dos cuidados com a roça de subsistência, possuía duas vaquinhas mestiças e uma burra já cansada em decorrência dos longos anos de trabalho.
Logo cedo, antes mesmo do dia clarear, Lotário se dirigia ao pequeno estábulo no sentido de ordenhar as vacas e, em seguida, rumava em direção à cidadezinha para comercializar o leite obtido. Colocava os vasilhames com o leite numa pequena carroça de tração animal, somente regressando ao sítio quando todo o produto da ordenha se esgotava. Entrava ano e saia ano e a rotina persistia. E assim Lotário ia tocando a vida.
Vizinho ao sítio de Lotário morava Zé de Lídia, mulato ainda imberbe, nos seus dezessete a dezoito anos de idade, malandro à toda prova. Vivia às custas do pai sem, no entanto, nada fazer. Passava os dias ora passarinhando; ora surrupiando frutas nos sítios dos vizinhos; ora tomando banho num riacho que corria mansamente nas proximidades da sua casa. E só.
Já entrado na pubescência, Zé de Lídia, desprovido de condições financeiras para frequentar o meretrício da vila próxima, começara estranho relacionamento com a burra Dondinha de seu Lotário. logo ao escurecer ia ele pé ante pé até onde a burra se encontrava. A princípio, na tentativa de angariar a simpatia do animal, tinha ele o cuidado de oferecer algumas hortaliças furtadas nas hortas próximas; um pequeno feixe de capim verdinho; tudo na mais torpe intenção. Desse modo, uma vez conquistada a afeição da burra, Zé de Lídia passara a ter conjunção carnal com a mesma, fato que se tornara repetitiv o. Muitas vezes, no auge do seu despudoramento, asseverava: somente não lhe dou um par de sapatos porque você tem os pés redondos e outras coisas dessa natureza. Tudo no maior segredo a fim de que ol preto velho não se apercebesse do fato.
Um belo dia após a ordenha habitual e tendo acomodado os vasilhames com o leite na carroça, Lotário se dirigiu à cidadezinha distante poucas léguas do sítio, com o propósisto de vender o leite. Seguindo pelo caminho costumeiro e ao entrar no povoado já com o dia bastante claro, eis que a burra Dondinha, ao avistar Zé de Lídia vindo em direção contrária a sua, inopinadamente azurrando, levanta as patas dianteiras e como um animal profundamente assustado, se desvencilia da carroça provocando uma queda brusca de Lotário juntamente com os vasilhames, derramando todo o leite ladeira abaixo. Como num passe de mágica, o animal se aproxima de Zé de Lídia passando a lamber-lhe com sofreguidão.
Naquele momento uma pequena multidão se formara nas proximidades do ocorrido. Dentre os muitos curiosos, se destaca um homem já idoso, antigo morador daquelas plagas, externando de forma contundente a sua revolta:
----- Esse semvergonha ----- se dirigindo a Zé de Lídia e procurando justificar o procedimento do animal ----- só pode ter andado de safadeza com a pobre da burra.
No dia seguinte, como manchete de primeira página, o jornalzinho daquela cidade estampava em edição extra:

BURRA APAIXONADA PROVOCA ACIDENTE QUASE LEVANDO

O SEU DONO À MORTE.
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