Rogo igualmente a atenção dos prezados amigos para meu DA MORAL EM ECONOMIA, publicado pela Editora da UNIVERCIDADE do Rio de Janeiro 2002, com Apresentação do Professor Og Leme, saudoso membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro. Pelo que lhes fico muito grato, Meira Penna -----Mensagem original----- De: Alfredo Marcolin Peringer [mailto:peringer@terra.com.br] Enviada em: terça-feira, 22 de maio de 2012 15:45 Para: Marcela Marcolin Peringer Assunto: Meu artigo da ZH de hoje Senhores Pensadores, O meu artigo de hoje enfoca, cientificamente, não a ética que se costuma mostrar, denominada de & 39;altruística& 39;, mas a que verdadeiramente assegura a vida do Homem na Terra, pelos milênios afora. Qualquer outra, que não seja baseado nos valores maiores do Homem, a vida e os frutos do seu trabalho próprio, seja qual for o nome que se dê, o aniquilará. Peringer
A lei natural, a ética e a minha samambaia Alfredo Marcolin Peringer* Aristóteles, na obra "Ética a Nicômaco", falando sobre a criação da Natureza, cita que: "É impossível para uma pedra, que tem um movimento natural para baixo, conseguir reverter esse movimento, passando a se movimentar para cima, mesmo se alguém tentar dez mil vezes inculcar esse hábito nela; nem fazer o fogo se movimentar para baixo, ou se mudar a direção de qualquer ente, atribuída pela natureza..." A Natureza fascina. Conservo uma Samambaia entre duas janelas e costumo brincar, trocá-la de foco, fechando um dos lados e abrindo o outro, para vê-la mover seus ramos, paulatinamente, em direção ao lado com maior luz. A ação dela é sempre a mesma! Está amarrada a um código da Natureza que a obriga a escolher a claridade para se manter viva. Trata-se de uma ação pré-programada, agendada a guisa de trabalho, que ela tem que obedecer como uma escrava. Aliás, mais do que isso. Uma escrava pode recusar a fazer algo, decidindo, inclusive, a não viver, mas isso também é impossível para a minha Samambaia fazer por contra própria. Claro, se um obstáculo a impedir de fabricar o seu alimento básico - a glicose - cuja matéria-prima é a luz solar, a água e o dióxido de carbono, coletado pelas raízes e ramos, ela morre. Com o animal não-humano não é diferente. A Natureza também lhe deu uma vida para proteger e cuidar. Não lhe impôs limites mecânicos, como fez com os vegetais, mas lhe deixou para sempre dois mestres, o prazer e a dor, e um potente órgão sensitivo que o avisa dos perigos iminentes ou da sede e fome, induzindo-o a fugir ou reagir, a beber água ou a caçar, mas cada ação não vai além da água ou da & 39;presa à boca& 39;, sem quaisquer provisões para o futuro. A Natureza, semelhante à minha Samambaia, também o proibiu de se suicidar: diferente do Homem, ele é o único animal que não atenta contra a vida. Intriga a Natureza não ter imposto nenhum limite mecânico ao Homem. Deixou-o livre para escolher os valores que vão ajudá-lo na proteção da vida e no trabalho de mantê-la. Mas logo se compreende a razão dessa liberdade. Condicionou-o, semelhantemente aos animais não-humanos, ao prazer e a dor, e incutiu nele uma poderosa consciência, com capacidade para adquirir conhecimento ilimitado. Muniu-o com um sistema mental complexo, em que os sentidos captam as imagens e informações que se transformam em conceitos guardados na memória, para que a razão analise e acione a ação, sempre com vistas a sair de uma situação menos favorável para outra mais favorável. Trabalha, poupa, investe em métodos longos de produção, faz plano, minimiza os riscos da falta de matérias-primas, insumos e bens e serviços, base do seu sustento e prazer. O Homem não precisaria de um guia ou código de ética para orientar as suas escolhas e ações. Mas a Natureza criou uns diferentes dos outros em inteligência e produtividade e isso, não raro, costuma acionar a inveja e a cobiça. Ademais, há a possibilidade de a Natureza ter ultrapassando os seus próprios limites naturais, quando fez o Homem à semelhança de Deus e do animal, como nos afirma Heráclito. O Homem animal, junto com a cobiça são fulcros de ações agressivas contra a vida e o patrimônio de outro Homem, condenadas assim por Ayn Rand: "Nenhum homem - ou grupo, sociedade ou governo - pode iniciar o uso da força contra outro homem, a não ser em retaliação a quem a iniciou... ou obter qualquer valor de outro recorrendo à força". Nas sociedades modernas e tão amplas ao ponto de jamais terem sido imaginadas pelos pensadores gregos, os maiores agressores à vida do Homem e aos demais valores necessários para mantê-la são os próprios governos, ainda que, paradoxalmente, tenham sido criados para amparar tais valores. Como os Senhores da Guerra e do Imposto, ceifam vidas, expropriam os valores obtidos com o trabalho e desestimulam a criatividade humana. São condições que exigem a proteção de um guia ético para o Homem, semelhante ao da minha Samambaia, em que o Mal é tudo aquilo que atente contra a sua vida e o seu trabalho na busca da luz, da água e do ar, necessários para ela produzir o seu alimento básico, a glicose. O Bem é tudo que contribua positivamente com a vida dela e dos meios utilizados para mantê-la. Com o Homem não é diferente. Um código de ética para ele também tem que vincular o Bem ao engrandecimento da sua vida e dos frutos do seu trabalho. E o Mal a tudo que afetar negativamente esses valores morais básicos: vida e trabalho. Tanto para a minha Samambaia quanto para o Homem, o Mal pode levá-los à extinção... peringer@terra.com.br |