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Contos-->ESQUECER NUNCA, PERDOAR JAMAIS. 9 -- 03/12/2002 - 17:37 (ADÃO JORGE DOS SANTOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu mesmo não sabia o que acontecia. Não compreêndia o que aquela bela mulher queria comigo. Ela era branca e isto já era um impedimento natural. Poderia alegar mil motivos para não ficar junto dela e ela de mim. Mas o que aconteceu , esta aproximação estranha de raças, já havia percebido desde quando era jovem e ia às festas ou a qualquer outro lugar, sempre namorava as mulheres brancas, não por vontade minha ou delas, mas de repente estávamos conversando e as coisas aconteciam. Depois chegava a apostar com os amigos que se tivesse mulheres negras e brancas, eu certamente me daria bem com as brancas. Muitas vezes eu achei que as negras não gostassem dos homens negros e não queriam se relacionar com os de mesma raça. Acreditei por muito tempo que talves fosse desconhecimento ou um tipo de medo absurdo que sofrem as pessoas confusas.
Se for pensar bem no assunto, a grande maioria de homens negros que têm algum tipo de sucesso, a primeira coisa que fazem é, isto é facilmente identificável, aparecem com uma mulher branca. Dizem que este tipo de relacionamento surge do sofrimento latente de uma raça maltratada e ignorada socialmente, pessoas que veem no homem branco as chances de serem respeitados, pensam que estando junto ou frequentando o seu meio, serão tratados como iguais.
Ninguém quer ser negro. Negro é pejorativo de sujeira, o que faz é mal feito e que por mais que se esforce, não passará de um simples negro, um Áfro - descendente. Perdido em divagações , não percebi que a noite já avançava. O sono estava no canto do olho, esperando um vacilo, uma fraqueza minha. Sabia que cedo ou tarde eu dormiria, meu corpo não queria voltar a viver o sonho ou a outra vida de sofrimento, mas eu não podia fazer nada. Fechei os olhos e adormeci.
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