Diário de um pseudônimo (048) (2005/02/15)
Penfield Espinosa
15/02/2005
Reler clássicos eróticos é uma forma muito certa de reencontrar-se com o espírito de uma época.
Já li em algum lugar -- onde ? -- que a sensibilidade e as memórias eróticas são o que melhor caracterizam cada indivíduo.
Pois bem: peço vênia para estender esse conceito para as épocas e as sociedades.
Eros, deus do amor galante para os antigos, virou em nosso tempo o deus do sexo, sexo descompromissado, sexo sem amor, como diria um moralista. Deus da luxúria, diria mais outro moralista.
Pois bem: relendo, vemos pontos onde as outras épocas eram mais reprimidas que a nossa. No caso dos anos 60, vemos também onde somos mais reprimidos que eles.
Neste caso, somos menos ideológicos e idealistas.
Não advogamos liberdades para todos mas, pragmáticos, praticamos nós mesmos a nossa liberdade sempre que ninguém estiver olhando.
A lei de Gerson -- gosto de levar vantagem em tudo, cerrrto -- é nossa guia geral.
Pós-modernismo, pós-tudo, pós-ética.
S. Paulo, 15 de fevereiro de 2005
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