Eu-tu-ele
nós-vós-eles
(ou elas)
somos apenas pronomes?
Apenas nomes,
ou homens,
ou nada?
Apenas o que somos,
na aparência,
no cheiro,
na fome
e na falta de consciência?
Ou somos o passo decisivo
que Deus não quis dar
na companhia de anjos
sem imaginação?
Eu-tu-ele
(e elas)
somos,
sem presunção,
a fórmula mágica
de se construir tudo a partir do nada.
De se chegar ao infinito
a partir do fim.
De se cruzar a fronteira para o sempre
a partir do agora.
Eu-ela-vós,
mais que pronomes
e apesar de tudo,
somos a esperança
de uma eternidade
criativa.
(Renato Riella –1982)
|