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Ensaios-->MENSAGEM DE PÁSCOA - 2006 -- 16/04/2006 - 11:49 (Rodrigo Mendes Delgado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MENSAGEM DE PÁSCOA - 2006


Domingo, dia 16 de abril de 2006, muitas pessoas estarão comemorando a Páscoa, vista como a data da ressurreição de Jesus. Um simples homem nascido em Belém há mais de dois mil anos atrás, e que mudou a história da humanidade para sempre.
Esta mensagem não tem por objetivo apenas desejar uma feliz páscoa a todos, porque nem todos terão uma feliz páscoa, mesmo que queiram.
Esta mensagem é, acima de tudo, um ato de reflexão que quero compartilhar com todos os meus amigos para que juntos possamos decifrar o que realmente está acontecendo no mundo.
As pessoas estarão comemorando a ressurreição de um homem que conhecem tão pouco, apesar de propagarem seu nome a todo o momento.
Será que a mensagem de Jesus foi realmente compreendida pelas pessoas? Será que realmente a morte de Jesus conseguiu evitar catástrofes, mortes, fome e miséria?
O que o mundo tem a nos oferecer? Mais de dois mil anos depois da morte de Jesus, as pessoas ainda continuam se enganando, mentindo, mantendo os mesmos vícios de outrora, como a cobiça, a inveja, a luxúria, a gula, a malvadez, a sede sem limites pelo poder a qualquer preço.
Jesus morreu pelo amor infinito que sempre teve por todos nós, mas, hoje, diante do sistema capitalista, somos incapazes de gestos simples pelas pessoas que realmente precisam de nós.
As pessoas tornaram-se incapazes de manter vínculos verdadeiros de amor, amizade, carinho e ternura. Os valores foram monetarizados, numerificados, coisificados.
Todos os dias as pessoas são coniventes com o sofrimento que assola o mundo. Somos incapazes de enfrentar o poder constituído, e nos curvamos complacentemente quando direitos fundamentais são desrespeitados pelo Estado e pelas demais pessoas.
Jesus dizia que devemos perdoar não sete, nem setenta, mas setenta vezes sete. Que quando alguém nos fere na face direita, devemos também oferecer a esquerda. Advertiu a Pedro no monte das Oliveiras de que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Mas, o que nós temos feito? Nada.
Todos os dias nós pedimos um milagre, mas somos incapazes de crer quando ele se faz presente em nossas vidas.
Dizem que certa vez, um alpinista sofreu um acidente e ficou pendurado num grande penhasco coberto de gelo. Aflito ele gritou: “Deus, ajuda-me, eu lhe imploro do fundo de minha alma”. E eis que uma voz, intensa como o trovão, lhe disse: “Tu confias verdadeiramente em Mim, tu crês que posso ajudar-te?” Imediatamente o homem gritou: “Sim Senhor, eu creio!” Então Deus disse: “Corta a corda” O homem, com medo e estupefato com as palavras de Deus ficou imóvel. Novamente Deus disse: “Se tens fé em Mim, corta a corta que eu te salvarei” Mas o homem nada fez. No outro dia, uma equipe de resgate encontrou o alpinista morto, congelado, a dois metros de distância do solo, agarrado com todas as suas forças à corda.
Num outro relato, um homem estava fugindo de seus perseguidores e adentrou uma caverna. Com medo e aflito, ele disse: “Senhor, Salvai minha vida, eu vos imploro”. De repente, uma pequena aranha começou a tecer uma teia na entrada da caverna. Os homens começaram a se aproximar da entrada e o homem pediu com mais intensidade ainda: “Senhor, envia teus anjos para salvar-me! Rogo a ti por verdadeira ajuda e não por uma aranha!”. E cada vez mais os homens se aproximaram da entrada da caverna. O homem pressentia o seu fim quando ouviu: “Vamos entrar nesta caverna para ver se ele se esconde aqui. E o outro homem disse: “Ele não está aí. Faz tanto tempo que ninguém entra nesta caverna que tem até teia de aranha. Além disso, se alguém tivesse entrado aqui e teia teria sido arrancada. Vamos embora”. E os homens se foram, tendo o homem perseguido saído salvo.
Isso nos mostra o quanto não confiamos em Deus. O quanto nossa fé é falha e o quanto nossa compreensão do universo ainda é pequena. Quando pedimos ajuda à Deus, nós achamos que Ele tem que nos ajudar como nós gostaríamos, e não da forma como Ele sabe que é a mais adequada. O alpinista não confiou nos desígnios de Deus. O homem perseguido pediu um milagre, mas foi incapaz de aceitar este milagre quando ele aconteceu.
As coisas não acontecem como gostaríamos que elas acontecessem, mas como Deus sabe que devem acontecer. Tomé acreditou que Cristo havia ressuscitado depois que viu as chagas da crucificação, mas Cristo advertiu: “Você crê porque viu, mas eu vos digo, bendito o que crê sem ver”. Fé é acreditar em algo mesmo sem conhecer e ver este algo no qual se acredita.
A humanidade não sabe mais ver os verdadeiros milagres. Pedem coisas inúteis à Deus, como fortunas, carros, mansões. Isso não é milagre. Uma mãe solteira que trabalha em dois empregos e ainda tem tempo de levar o filho para jogar bola com seus amiguinhos, isso é um milagre. Um pai que trabalha o dia todo e chega em casa já tarde da noite e tem tempo para brincar com seus filhos e dizer à sua esposa que a ama, isso é um milagre. As pessoas mais felizes do mundo chegam em suas casas fedendo depois de um dia duro de trabalho. São pessoas cujo cansaço não ofusca a verdadeira visão do mundo.
Este mundo é passageiro. Quando finalmente nos encontramos com Deus, não terá tido qualquer importância quem fomos nesta vida, não terá qualquer importância as fortunas que acumulamos, os títulos acadêmicos que obtivemos, os acordos políticos que fizemos, ou as aparências que tentamos manter diante do mundo. Não. O que realmente terá valido a pena serão nossas ações diante de nossos semelhantes. Terá valido a pena todas as vezes em que demos de comer aos famintos, vestimos os que estavam nus, visitamos os que estavam presos e sem esperança. Todas as vezes em que recusamos uma palavra de carinho ao nosso semelhante, teremos renegado o amor que deve fluir dentro de cada um.
O que realmente me preocupa é o que direi a Deus no dia de meu julgamento. Quais argumentos vou dar a Ele para justificar minha omissão, nas vezes em que não lutei pela liberdade, nas vezes em que não amei ao meu semelhante, como Jesus me amou. São coisas que realmente perambulam por minha mente.
Aprendi que não devemos julgar a ninguém, a não ser a nós mesmos. E que, se algum dia eu ousar julgar, este julgamento não poderá ser mais severo do que o julgamento que tiver endereçado a mim mesmo.
Aprendi que os defeitos dos outros são dos outros e não meus.
Aprendi que as pessoas deveriam entender mais e julgar menos.
Aprendi que o maior tesouro que posso ter nesta vida são meus amigos.
Aprendi que as pessoas sempre estarão insatisfeitas com o que têm, mas que devo tentar dar a elas o que tenho de melhor em mim, mesmo que isso não seja suficiente.
Aprendi que não importa o que eu faça, sempre estarei a agradar uns e a desagradar outros, mas, principalmente, que muitos serão os que irão me cobrar posturas que nem eles mesmos são capazes de seguir. E que mesmo assim, tenho que aprender a perdoá-los, porque muitas vezes “eles não sabem o que fazem”.
Aprendi que as pessoas se deixam levar muito mais pelo que os outros pensam delas do que pelo que elas pensam de si mesmas.
Aprendi que as pessoas valorizam coisas sem qualquer importância, nutrindo dentro de seus corações uma felicidade vã, uma transitória paz e que, ao final, acabarão se frustrando.
Aprendi que a humanidade ainda tem muito a aprender, porque o que sabe ainda é insuficiente para compreender o verdadeiro significado da vida. Deus poderia ter colocado os segredos do Universo em qualquer ponto da imensidão, mas escolheu o último lugar em que procuraríamos: NOSSO CORAÇÃO.
Dizer que Deus não se preocupa com a humanidade é algo falso. “Deus poderia ter dito palavras mágicas para que os pregos caíssem da cruz, mas Ele não fez isso. Isso é amor.”
Por uma páscoa de reflexão e de alegria, desejo a todos os meus amigos a paz, a verdadeira paz, aquela que emana do coração dos justos, dos humildes, dos pacíficos, dos que tem fé.



Do eterno amigo,

Rodrigo Mendes Delgado.

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