Um Homem e uma Mulher...
por existirem,
por já terem tacteado emoções,
por terem algo em uníssono,
são,
em cumplicidade,
amizade.
Por momentos fortuitos,
estão,
por longos instantes,
longe um do outro.
Por ouro do destino,
por um instante,
semeou-se um reencontro,
por fim.
Foi à beira mar.
Quando perante o outro,
demoraram-se
em olhares e sorrisos,
reabilitando
sensibilidades e cumplicidades.
Deram as mãos.
Os olhares continuavam,
contemplando um o outro,
percorrendo um no outro
ao sabor da dança dos arrepios sustidos,
trespassando as matrizes do que foram.
"Tanto tempo",
murmuraram um ao outro,
enquanto em silêncio
reviviam desencantos,
os seus tempos perdidos,
por fim.
Uma pequena lágrima molhava os olhos dos dois...
O mundo deixava-os, agora, a sós.
O primeiro beijo surgiu,
o segundo urgiu,
e um abraço sentido
livre
enlaçou-os de vez.
A partir do enlace,
o tempo da ausência
defenestrou-se,
plasmando um presente estendido
para além do firmamento.
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