Usina de Letras
Usina de Letras
150 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13569)

Frases (50608)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6186)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Ler, pensar, decidir -- 11/09/2002 - 20:42 (Sylvia R. Pellegrino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As palavras bailam no cérebro, permeando o intelecto e integrando o imaginário. Somente colocadas no papel, ou agora na internet, com as nossas escusas a Gutemberg, elas se transformam em realidade palpável, permitindo ao leitor se deleitar com o pensamento do escritor.
Sartre sugere em What is Literature?, seja ela irritante, provocativa do leitor, para que ele próprio imagine seu término. Acredito, antes, deva ser ela instigante, para que o leitor venha a perseguir seu final e intui-lo de variadas formas, recriando-o a seu bel prazer até que o autor o leve pela mão ao fecho que entende plausível.
Um artigo que li outro dia afiançava que somente um leitor contumaz será capaz de descortinar a ciência, os mais altos saberes, as mais sólidas filosofias e religiões. Mas, a meu entender não basta apenas a leitura. Há que se pensar sobre o que se lê. A consciência crítica do ser humano deve ser exercitada durante uma leitura. Seja o texto de reconhecido autor ou daquele que vive no obscurantismo.
Não vejo a leitura como exercício de antropofagismo, como o quer nosso poeta mineiro Murilo Mendes em seu dizer textual: "Quando eu não era antropófago - quando eu não devorava livros - ... porque os livros não são feitos com a carne e o sangue daqueles que escrevem?", filosofando Nietzche, que dizia só amar o que era escrito com sangue.
Também nessa linha temos nosso filósofo e pensador Rubem Alves, dizendo: "De modo que minha leitura é assim: vou devorando os meus autores e na medida em que isso acontece eles são incorporados a mim. Chega um momento em que quando cito um escritor já não o estou citando, mas a mim mesmo!"
Não vejo dessa forma, com máxima vênia a esses gênios da literatura e filosofia.
Lendo com consciência crítica, as palavras de mestres e doutores virarão frases de amigos, como se todas as insondáveis vivências guardadas nas mentes e realizadas no papel se transformassem em confidências e conversas de velhos companheiros, capazes de despertar silêncios e reflexões, ou estimular análises contrárias, que clarearão verdades insondáveis.
A leitura deve fazer pensar, e o pensar deve levar ao exercício crítico. Somente esse caminho desaguará na melhor formação de um intelecto e o capacitará a decidir. Ainda aqui cito Nietzche, que dizia ser condição fundamental para a criatividade a riqueza em contradições internas. Ora, se o filósofo entende necessário o caos interior, para que o ser humano possa fazer conexões intelectuais insólitas, como aceitar submissamente as verdades de outras consciências, sem antes questioná-las?

Sylvia R. Pellegrino advogada, romancista, contista, cronista e poeta. Organiza e edita o Boletim Cult, uma revista eletrónica sobre artes e literatura, no endereço virtual http://www.sylviapellegrino.com.br/
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui