A popularização da psicanálise e de um monte de outras disciplinas que -- para a raiva de B. F. Skinner -- acreditam em uma forma ou outra de inconsciente, teve um impacto muito grande na crítica literária.
Agora os autores -- mesmo os que não se tenham como loucos -- podem sinceramente se perguntar: o que é que eu quis dizer com isso ?
Ainda há uma parte da crítica literária procurando manifestações do inconsciente nas diferentes versões de um texto altamente trabalhado e portanto muito consciente. São críticos literários com forte formação lacaniana. Quase psicanalistas.
Os formalistas russos -- no começo do século 20 -- insistiam que essas misturas da crítica literárias com outras disciplinas geravam um híbrido nulo, que não era crítica e nem uma das outras componentes: psicanálise, sociologia etc.
O que eles diriam desses críticos psicanalistas ? Mais, o que eles diriam da crítica de Ortega y Gasset à especialização ?
Diriam talvez que essas formas de crítica literária não são válidas porque não ajjudam a entender porque um texto é -- ou não é -- um bom texto literário. Ou poético.