Algumas vezes o rodízio de S. Paulo me faz deixar o carro na garagem e pegar ônibus para ir ao trabalho.
É nesse momento que vejo o povo das ruas que a janela insulfilme de meu carro não deixa ver.
Neste momento também me ponho a ler livros de vários tipos que minoram o tempo psicológico da viagem.
Quanto aos passageiros, aos passantes, hoje vi uma moça com um estranho machucado nos lábios. Já pensei em violência doméstica, já pensei em algumas pessoas (mulheres muitas vezes) que toleram relacionamentos onde essa violência é praticada.
Quanto aos livros, hoje nos dois ônibus que tomei terminei de ler 'As duas vidas de Audrey Rose' -- ou algo assim -- um livro bestseller do bestselleroso Frank De Felitta. Provavelmente as raízes italianas de Frank De Felitta são tão marcantes quanto minhas raízes hispânicas: ele é apenas um bestselleroso americano. E eu sou apenas um leitor brasileiro de bestsellers americanos.
Achei interesante o livro, a princípio bem traduzido. Em geral bestsellers são realistas e o realismo era bom em descrições.
Apesar do plot simplista, projetado para ganhar mais leitores, seus personagens são fortes -- quase os vemos passeando por aí.
Seis personagens à procura de uma história rides again.