Diário de um pseudônimo (081)(2005/11/07)
Penfield Espinosa
07/11/2005
Sim, eu sei: deveria tomar notas. Às vezes me ocorrem pensamentos significativos. Então me digo: deveria escrever sobre esse tema.
Mas, tomado por uma estratégia surrealista radical (psicanalítica ?) eu nada escrevo sobre eles. Pois espero que a espontaneidade do ato da escrita automática possa revelar muito mais do que um pensamento ressecado, resumido por um título que já perdeu a vitalidade.
'Não, nem em mim.'
Algumas coisas da vida real me perturbam e me fazem desviar do reto fluxo dos pensamentos.
DDA, déficit de atenção ? Ou o contrário disso, o contrário de qualquer coisa: a necessidade que mesmo um trabalhado do intelecto, pretensioso como eu mesmo, sente de ter uma vida real e concreta ?
Bem, o calor finalmente chegou a S. Paulo. Estive fora da empresa e seu ar condicionado durante quase todo o dia.
Deve ter sido meu suor, talvez o suor dos outros na rua, que me fez desviar a atenção dos pensamentos intelectuais. E, paradoxalmente, me fez voltar a escrever.
S. Paulo, 07 de novembro de 2005
(Copyright © 2005, 2006 Penfield da Costa Espinosa)
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