Migração
Cristina Pires - 02/03
Reencarno nas asas de uma gaivota,
Quando no cerúleo do mar, perco a rota,
Que o farol iluminou, a meia candeia.
Pedi-lhe para voar, cega e sem destino,
Pois o voo do apego é puro desatino,
Vai gaivota, segue a linha do Equador.
Atravessa as tempestades do Inverno,
Leva-me a alma, tira-a deste inferno,
No bater das asas, farei a minha cama.
Vai !! Não voltes atrás. Ninguém te chama.
Voa alto e longe, como uma ave migratória,
E leva nessa viagem, a minha história.
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