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Ensaios-->ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE BALAISMO -- 26/09/2006 - 01:32 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE BALAISMO


WALTER DA SILVA

BALAISMO é um termo originário de BALAIO*, loja de departamentos, de preços acessíveis a camadas de renda familiar mais baixa, instalada nos anos oitenta, cujo principal slogan era “Quer moleza, vai no Balaio!”. Essa “chamada”, no jargão publicitário, foi criada quando da campanha publicitária na implantação de lojas menores, componentes de uma grande rede nacional.
A meu juízo exclusivo, adotei uma analogia para o termo, usando-o em relação a pessoas vivas que, indolentes e portadoras de caráter duvidoso, são, a rigor, oportunistas e arrivistas no que se refere à convivência social ou amorosa. Nos dias atuais, o balaismo tornou-se uma regra quase geral, isto é, oito em dez mulheres ditas suburbanas ou não, praticam-no de forma indiscriminada. Em geral, são mulheres sem profissão definida, sem emprego (nem o querem), sem moral ou ética coerente, que usam apenas a grande cara-de-pau para conseguirem tudo e não darem nada em troca. Essas pessoas aproveitam-se do perfil altruísta do parceiro, namorado ou amigo, para usufruir ao máximo, às vezes, trocando tudo isso, por um intercurso nem tão qualitativo, realizado para manter seu status de balaista militante. Quando muito, como uma retribuição temporária, esses e essas balaistas, contemplam a “vítima” com um presentinho qualquer, ainda que de preço médio. O perfil social de uma balaista, é invariavelmente o mesmo: de classe média baixa, escolaridade média, pouco ou quase nenhum conhecimento ou nível de informação e, no mais das vezes, sobrevive com a ajuda dos pais ou sob as expensas de alguma pensão alimentícia (resultante de um casamento malsucedido), para poder administrar a educação de um filho ou filhos remanescentes da união matrimonial. Há, em alguns casos que pude pesquisar, mulheres portadoras de alguma psicopatologia, tais como depressão ou ciclotimia, característica de indivíduos acometidos de transtorno bipolar. São pessoas instáveis, inseguras e que demonstram não querer aprender, trocar informações, inteirar-se da realidade que as rodeiam, carreando para os outros mais próximos, toda a carga de seu mau-humor, ou de sua “rebeldia” adolescente sem etiologia alguma detectada.
Em geral, o/a balaista se esconde atrás de uma realidade fictícia, uma fantasia criada a seu bel-prazer. Esse clima irreal, abre-lhe a imaginação, tornando-se mais usual, o exercício de uma mitomania freqüente, escapável à sua consciência. A insegurança mencionada, produz medo, conduzindo o indivíduo a uma condição de sujeito que se oculta do outro, temendo o julgamento daqueles com quem convive no cotidiano. Sociologicamente, é provável que esse tipo de neurose, esteja presente numa certa camada social, cujo perfil familiar é determinado pela pouca educação formal e o inacesso à informação, o que propicia um convívio social precário, ambíguo, provinciano e vulgar, no seu sentido pejorativo. No caso dos balaistas, esses, aproveitam-se no mais das vezes, de vítimas mais velhas, senhoras viúvas de sabida e próspera condição financeira, que, ingênua e inadvertidamente, trocam as benesses materiais, por alguma instância sexual. Nos nossos dias, com a desculpa esfarrapada da esqualidez do mercado de trabalho, o balaismo tornou-se método fácil de ser aplicado, mormente numa sociedade que prima pelo imediatismo, o descaramento, a desinformação e o mau-gosto da cultura dos mass - media, onde impera a lei do pior, seja espiritual ou materialmente falando. O exercício do balaismo desde sempre existiu, só mudou sua forma terminológica e o uso de novos detalhes, ditos contemporâneos.
_______________________________________________________________
* o termo em inglês é HAMPER, que significa também, noutro contexto: ESTORVO, DIFICULDADE,
ATRIBULAÇÃO.


WALTER DA SILVA
Camaragibe-Pernambuco-Brasil
26 de setembro de 2006
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