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Artigos-->QUE SAUDADE, BARBACENA! -- 01/07/2012 - 18:44 (José Kalil Salles) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O prezado e dileto amigo Simão de Almeida me presenteou há algum tempo atrás com um livro contendo a vida e a obra do Padre Sinfrônio Augusto de Castro. Ao recebê-lo bateu-me uma profunda saudade, e como disse o grande poeta das Américas Pablo Neruda, “Saudade é sentir que existe o que não existe mais”, pareceu-me então sentir aquele tempo em que vivia entre nós o extraordinário Padre Sinfrônio.

Já estávamos nos umbrais da Quaresma deste ano, tempo para a reflexão e a conversão espiritual e em que nos aproximamos de Deus visando o nosso crescimento como pessoas capazes de lutar para que exista justiça, paz e amor na humanidade. A Quaresma nos encaminha para a Semana Santa que antecede o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira Santa, na qual Cristo realiza a ceia com seus apóstolos e é instituída a Eucaristia, a Sexta-Feira da Paixão, que celebra o suplício e a morte de Cristo e o Sábado Santo, tempo em que é feita a vigília para a espera da Ressurreição de Cristo no Domingo Pascal.

Era na Sexta-Feira da Paixão que sobressaia a figura do eminente barbacenense Padre Sinfrônio Augusto de Castro, excepcional orador sacro, expoente maior da oratória cristã em nossa terra. Todos os anos, nesta Sagrada Sexta-Feira, não podia ser outro senão o Padre Sinfrônio para, à tarde, proferir o Sermão das Sete Palavras de Cristo supliciado na Cruz. E Padre Sinfrônio nos brindava dizendo que Cristo, no auge do sofrimento infligido pelos seus algozes implorou a Deus que os perdoasse, e por conseqüência, nos perdoasse também pelas nossas faltas e culpas. De seguida, Cristo prometeu para “hoje mesmo” o Paraíso para o pecador arrependido, também na cruz ao Seu lado, significando que aqueles que se arrependerem do mal praticado terão o perdão do Pai, Nosso Senhor, e alcançarão o Paraíso. Na terceira palavra Cristo deu a nós a sua Mãe, a Maria que disse sim incondicional a Deus para nos salvar, passando a ser a nossa Mãe Santíssima. Quando Jesus disse “Tenho sede”, seus algozes aspergiram vinagre em sua boca. Mas a sede de Cristo era a sede de homens e mulheres, adultos e jovens, para caminharem com Ele e levarem a boa nova a todas as pessoas, sede de justiça, sede de trabalho para todos, de ver a humanidade feliz e que não aceitasse o erro. Na Cruz o sofrimento era tanto que Jesus clamou: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?” Mas nós, na dor, quantas vezes gritamos a mesma coisa. Na verdade somos nós que temos abandonado a Deus. Já estava aproximando o fim da vida terrena de Cristo, quando então Ele diz: “Está tudo acabado”. E Jesus disse ainda; “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito” e reclinando a cabeça expirou. Com que eloqüência, com que força, Padre Sinfrônio nos relatava estas sete palavras de Cristo agonizando na Cruz.

Notável orador religioso, os seus sermões tinham um estilo vigoroso e lógico, construção de frases virtuosas, riqueza e propriedade intelectual, efeitos persuasivos, sedução de raciocínio, tom combativo, tudo isto tornava admirável a arte oratória do Padre Sinfrônio.

O Padre Sinfrônio Augusto de Castro representa para Barbacena o que o Padre Antônio Vieira representa para Portugal.

O Padre Sinfrônio Augusto de Castro além de grande orador sacro foi professor e Deputado Estadual. Conquistou renome de possuir grande cultura religiosa e, portanto, merecedor do nosso respeito, admiração, veneração e saudades eternas. (Fonte: O Sermão das Sete Palavras proferido pelo Padre Sinfrônio na Sexta-Feira da Paixão em 1957).

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