Antes de sua flagelação e morte e durante a última ceia com os seus apóstolos, Jesus Cristo ao distribuir o pão e o vinho disse: “O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna... O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come o pão viverá eternamente.”
Estava assim instituída a Eucaristia que se consubstancia na ação de graça e sacramento que contem o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Jesus Cristo, sob a forma de pão e vinho. A Eucaristia é um dos sete sacramentos da Igreja católica, que são: Batismo, Crisma, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio.
A Eucaristia não era comemorada pela Igreja até que a freira belga Juliana teve uma visão que pedia que o corpo e o sangue de Cristo fossem celebrados de maneira mais solene pelos católicos. Isto se deu no ano de 1247. O Cônego Tiago foi quem recebeu o segredo da visão da freira agostiniana e o levou ao Bispo Jacques de Pantaleon. Mais tarde o Bispo foi eleito Papa, tendo assumido o nome de Urbano IV. E então, através da Bula “Transiturus”, de 11 de agosto de 1264, foi instituída a celebração do corpo e do sangue de Cristo, o Corpus Christi, na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade.
O decreto papal de Urbano IV não teve muita repercussão na época porque o Papa faleceu logo em seguida. Contudo, a celebração de Corpus Christi iniciou-se em Colônia, na Alemanha, e de seguida se estendeu pela França, Itália, Portugal, Espanha, enfim, toda a Europa. E de lá para o Novo Mundo.
No Brasil a festa integrou o calendário religioso quando da vinda dos portugueses após o descobrimento. Na maioria das cidades é tradição enfeitar as ruas e casas para a passagem da procissão do Santíssimo Sacramento. Foi em Ouro Preto, nestas Gerais, que se iniciou a tradição de colorir as ruas com tapetes de flores, de onde a tradição se expandiu por diversas outras cidades do país.
E hoje, os mais de quatrocentos mil sacerdotes, nos cinco continentes, celebram o Corpus Christi com uma missa solene onde são feitas as leituras e textos preparados por Santo Tomas de Aquino e uma procissão conduzindo o Santíssimo Sacramento com a hóstia consagrada em um ostensório.
É neste dia que os fieis louvam e agradecem ao Santíssimo Sacramento pelo dom da Eucaristia, na qual o próprio Cristo se faz presente como alimento de nossa alma.
É uma das festas mais bonitas da liturgia católica, consubstanciada na missa solene, na adoração do Santíssimo Sacramento e na procissão do Corpo de Cristo. Portanto é um evento de preceito ao qual nós católicos temos o dever de participar.
Quinta-feira passada, 23 de junho, neste 2011, foi realizada a celebração litúrgica de Corpus Christi.
As comemorações deste dia na nossa Barbacena, atualmente, não têm o mesmo esplendor de anos passados. Antigamente além das realizações intra-templos, as procissões fluíam por ruas ornamentadas com tapetes de flores. As casas punham nas janelas as mais belas peças rendadas encimadas por jarros de flores ou peças da imaginária sacra de que dispunham.
A religião já não reside com tanta intensidade no coração do homem moderno. Hoje, as pessoas, principalmente as mais jovens, se distanciam das religiões e das igrejas, fato este decorrente de proselitismos políticos de esquerda, de um falso cienticismo e de uma forte permissividade dos usos, dos costumes e das leis. Dizem que a modernidade não tem espaço para religiões. Valores morais, éticos, religiosos, são deixados de lado, muitos deles estimulados pelos próprios governos e pela mídia nacional. É triste esta realidade!
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