AS MARCAS DO TEMPO
Vão surgindo, no passo do compasso,
de um rítimo marcado, pela batuta vida,
que rege os espaços na escala musical,
das notas da existência.
Falam, gritam, silenciam.
Deixam visíveis, a presença de um passado,
de dor ou prazer,
manifestas numa fragrância de aroma suave,
ou acordada no aceno de um adeus,
que o destino fez por merecer, desdobrando na memória,
os fatos a renascer.
São marcas do tempo...
Aquelas que espalham raízes no coração,
das lembranças, ocorrências do viver.
Marcas do tempo...Arquivos.
Violadas pela recordação inflamada,
persistem em fazer viver duas vezes,
os momentos do naufrágio, do coração sucumbido,
pelas tempestivas chuvas, caídas no deserto assolador da alma.
Usuária da multiformidade,
aparecem rugando a face,
e do corpo sugando o vigor,
premiando as cabeças,
com a coroa de prata,
suas cãs com louvor.
E nesse seu prosseguir registrador, as marcas do tempo deixam:
Pelos caminhos da vida, as pedras que feriram, junto ao anseio da chegada.;
Com as ruínas, a história.;
Com a felicidade o instante único.;
Com o corpo o peso dos anos.;
Com o escrito, a pronúncia documentada.;
Com o coração, a decepção avassaladora, ou a conquista almejada.;
Com o amor, a plenitude vivenciada.
Marcas do tempo, arranhões necessários
para a vida edificar nos padrões do crescimento,
para dela ter o que lembrar.
Crive-se de marcas...e tenhas o que contar.
Jair Martins 27/01/02 00:15h
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