PÁSSARO FERIDO
Ouvi seu canto
Que cantava a dor
No triste desalento sofredor
Ouvi seu canto que derramava o pranto
Do peito ardido pela força do armador.
Do intento o alvo,
Do alvo o alcance
Cravando a flecha
No lampejo de um lance.
A liberdade agora, devagar e lenta,
Arrasta suas asas sob o infinito que lhe acalenta.
A ave rapina predadora,
Ronda impondo pavor.
És presa vulnerável
Da armadilha do caçador.
Pássaro ferido, não se abatas
Pela ação da violenta mão.
Abra suas asas,
Sara as feridas
Sustem o altear,
Livra-te da opatia,
Firma-te da linha do horizonte
E bebe a água cristalina da fonte.
Do alpendre, ao céu aberto
Jardins lhe esperam,
Mostra a ferida,
O néctar de uma terra florida.
Prossegue...
Voa! Vive!
Pássaro... Não mais ferido
Jair Martins 01/02/03 - 16.; 35h |