O QUE SERIA UMA BOA MÚSICA?
(Artigo publicado em Junho/2001,jornal "A Palavra" da Universidade Candido Mendes, R.J).
Seria um tanto presunçoso tratar de um gênero, artista ou obra.Talvez, parcial ou egoísta no julgo de algo tão subjetivo e enigmático, mas mesmo assim arrisco-me ao tema.
Seriam estas canções que marcaram determinada época na posteridade, os chamados “hinos de geração”? Ou não, algo momentâneo e explosivo, de modismo descartável, súbito? Sigo; será que existe alguma relação entre o sucesso, “vendagem de cópias, reproduções em rádios e novelas”, com a qualidade de uma obra? Teria esta conotação, as harmonias e letras bem elaboradas, exigindo não só um virtuosismo dos intérpretes como dos próprios ouvintes em entendê-las? Deve a música fazer dançar ou chorar? Deve tocar os ouvintes em seus anseios, romantismos e angústias? Ou sendo debochada, escrachada e engraçada entretenha o público? Poderíamos criar um selo do Inmetro enlatando e rotulando uma obra “dita” artística? Enfim, quais seriam as razões, fórmulas ou concepções para que se diga esta é boa, esta não, esta...
Como dito no prefácio deste artigo, seria presunção demais uma única pessoa responder a todas estas questões suscitadas. Porém como músico e amante desta arte que sou, tenho a convicção de afirmar que uma música será sempre de qualidade, desde que não venha a trair seu próprio autor. É como um filho que mantém suas características e formas, porém depois de concebido não é mais de sua propriedade, e sim arte. Deve o autor entregar-se por inteiro, cultivar sua obra com todos os gracejos a que merece a mulher amada, tendo certeza de que nunca será traído.
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