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Discursos-->A conveniencia -- 13/04/2001 - 11:39 (Amauri Nolasco Sanches Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Agora chegamos a conveniência, essa conveniência que é muito mais relevante e cômodo do que descordar da maioria; vamos pensar se temos que descordar então temos de ter argumentos para essa discordância, se não temos ou não procuramos ter, então é mais conveniente concordarmos com a maioria. Essa discordância não aflora por causa da arrogância, essa mesma que faz a sociedade se calar, mas dizendo tal resposta terá que ter tal argumento. Chegamos ao “nada versos nada”, onde todos terão a mesma idéia, então entrando não em um paradoxo, mas no “niilismo” clássico, que reduz o “nada”; pois opiniões estão reduzidas em “nada”, mas já que o “nada” não existe, então temos que crer em alguma coisa para tomar lugar naquele “nada”. O que irá ficar então é uma circunstância, que assim esse “nada” fica transformado em algo que seria a conveniência, assim que, essa opinião vira simplesmente do “nada versos nada” em uma “circunstância conveniente”. Essa circunstancia conveniente é somente ocorrido quando, ao passar em sua idéia o medo de suas próprias simulações sexuais que simplesmente virá à fantasia de seu filho ou filha deficiente físico fazer aquilo, sendo assim, seus medos vem da própria circunstância reprimida de seus atos; somente o culpado disso é a própria pessoa, porque se deixou influenciar pela sociedade.
Porem essas circunstâncias que aflora dentro desse responsável vem de muitos lugares, uns deles é seu subconsciente, que fantasia suas próprias repreensões; como foi falado, pois reflete em seus filhos suas próprias reprimidas pretensões, assim alimentando seu próprio “nada” com o medo que seria o sentimento da “circunstância conveniente”. A conveniência simplesmente é algo que nos apoiamos para sermos aceitos, nos pais isso se reflete como “status” para mostrar que são bons, mas que na verdade esta judiando do sentimento desse deficiente físico. Esse mesmo que foi criado para ser o bobão da sociedade, que esse deficiente físico seja o “bonitinho” de uma sociedade hipócrita. Mas será que esse deficiente físico não gosta dessa proteção? Pois sempre cai essa duvida na minha cabeça quando vejo os deficientes físicos que se conformam com a situação, que sempre são dependentes de uma situação de perfeito conformismo, pois para eles é muito mais cômodo depender do que ser independente.
Mas voltamos no medo, esse medo que o responsável tem de uma possível gravidez. Bom, essa tal situação só se consumirá se os dois fizerem o que todos têm medo, uma gestação não se dá com um beijo amoroso e sim, com a copulação. Me parece que a maioria dos responsáveis são “maníacos sexuais”, ou seja, eles tem uma obsessão muito grande que o portador de deficiência física tenha uma relação amorosa baseada na relação sexual. Um maníaco é um obcecado pela mesma idéia toda a vida, mas isso mudará quando as pessoas pararem de nos tratar como crianças, assim tornamos pessoas como as outras; mas essa obcecada razão e idéia de nos proteger de sofrimentos a partes tendem a retardar nosso amadurecimento, isso se tornara uma estranha e modesta vaidade por parte desse responsável. O medo de uma gravidez ou gestação se dá pela conveniência que esse responsável sente em não ter trabalho, pois se essa moça tiver um filho então eles pensam que irão cuidar de três; por outro lado, são obcecados pela suas próprias fantasias que nascem de seus próprios subconscientes. Essas fantasias sobre os deficientes físicos vêem sempre das idéias de terceiros, porque sempre há insegurança por parte desse responsável. Mas esse terceiro nem sempre sabe o que o deficiente físico necessita ou sente, nem sempre esse terceiro tem uma boa intenção. Às vezes em alguns casos, esse terceiro é um completo ignorante e muito mais maníaco do que os próprios responsáveis, pois transmite muito mais uma visão pessimista em torno da sexualidade e amor do deficiente físico. Essa visão reflete o lado hipócrita da sociedade que prega a falsa moral, pois sempre haverá um louco pregando uma idéia sobre nós; uma idéia maníaca e errônea, onde somos vitima de uma malicia conceitual que pode ser individual, pois como todos, os deficientes físicos têm educações e cultura diferente.
Eu chamaria de complexo de “capuleto montequio”, onde a sub proteção e o interesse superam o amor pelos próprios filhos, que sempre teve e hoje é numa maneira mais amena; pois ao invés de nos jogar em fogueiras, agora apenas estão nos prendendo em hipócritas idéias e falsos conceitos. Os “maníacos sexuais” que não fazem nada fisicamente, mas agridem em conceitos que agridem a moral. A moral que é enfraquecida com conceitos morais hipócritas, que visam muito mais nos comandar do que querer nosso real bem estar; é nesse caso muito relativo, pois ninguém é igual do o outro, pelos menos quando interessa. Pensam que isso seja a “verdade”, mas a “verdade” é muito maior do que se pensa, pois essa “verdade” sintética que todos tem pode ser um velho e arcaico pensamento que se arrasta séculos e séculos; na maneira que isso ilude todo que em sua volta há, mas a “verdade” verdadeiramente real não pode nem de perto ser encontrada sem que tais pensamentos sejam neutralizados.
O que realmente é “verdade” para o responsável com síndrome de “capuleto”, onde as mulheres são mais discriminadas do os homens, pior que quando é deficiente físico a discriminação ainda é pior; pois os pais sonham para suas filhas um marido normal, mas nem sempre isso acontece. Quando essa “filha” encontra um rapaz com as mesmas condições que ela, os pais perguntam: “como irão se virar?” ou “como ele irá te ajudar se não ajuda nem ele mesmo?”. Medos infundados que são insignificantes enquanto social-etico, pois a ética aí se confunde com o medo dessa “moça” ou “jovem” engravidar e não ter condições nem seu companheiro em cuidar dessa criança. Ora, isso é ainda pior quando, duas cadeiras de rodas estão juntas, pensam que sua filha irá depender deles e ainda pior, que o companheiro dela também.
Quando a hipocrisia ataca nossa sociedade civil, tendem em compararmos com animais que, quando não são domados tem que ser trancados; mas sem tirar as palavras de Rousseau que essa sociedade é “depravada”, Nietzsche dizia que a sociedade tinha um “espírito de rebanho”, ou seja, pensa muito em fazer o que os outros querem do que a si próprio. Sendo que, muitos dos pensamentos coletivos tendem de ser absorvidos pelo responsável, sendo assim, muito comum o pensamento por parte da “moça” em questão: “Se ela engravidar então o que os outros vão falar?”, irão falar: “Como essa mãe deixou ela engravidar? A coitada não pode nem cuidar de si própria!”. A mesma sociedade que traz consigo os ensinamentos de Jesus, “Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra!”.
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