Título do Livro: TRISTEZA Soneto
Tenho a palavra presa na garganta.
E (um) silêncio de substância rara
é o que corrói meu tempo e desencanta
e infunde em mim a dor que nunca sara.
E cada passo que o meu corpo leva
é meu algoz, é a miséria minha,
porque me deixa muito além da treva
e leva a luz, e leva a luz que eu tinha.
E como o vento (es)nobe e iracundo
vejo a tristeza que em meu ser avança
no peito eu sinto (a) dor dessa angina.
Porém na minh alma, lá bem no fundo,
a nesga eu tenho de breve esperança
que a minha vida se arranje e defina.
Campo Grande-MS, 29.11.94 - 07:55
pág. 62
|