Tenho uma dor que arrasa a minha vida

tal vendaval que irrompe no verão.;

e (a) vontade em mim tão oprimida,

e a própria vida em meia (es)tação.



Porque não posso proclamar meu sonho

e o meu amor eu tenho de esconder

é que não sei meus pés onde eu os ponho,

e (a) minh alma eu deixo apodrecer.



E o que direi, meu Deus, da que apodrece

- est alma imunda que o meu ser infesta -,

pela vergasta de uma dor sem par?



Não sei. Porém eu sei que me apetece

amar na vida (a) quem me detesta

para sofrer, sofrer e me acabar!



Campo Grande-MS, 23.11.94 - 23:33